Para movimento Nossa São Paulo, não mapear área de risco é ser cúmplice de crime
São Paulo – O empresário Oded Grajew, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, considera que autoridades que se recusam a trabalhar no mapeamento de áreas de risco são “cúmplices de […]
Publicado 23/02/2011 - 16h12
São Paulo – O empresário Oded Grajew, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, considera que autoridades que se recusam a trabalhar no mapeamento de áreas de risco são “cúmplices de um crime”. Ele lembra que os recentes acontecimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro, com centenas de mortos, deixam claro que o Estado não pode se furtar ao levantamento de áreas de risco.
Na terça-feira (22), reportagem da Rede Brasil Atual mostrou que deputados estaduais paulistas articulam a derrubada do veto do ex-governador José Serra (PSDB) ao projeto que previa o levantamento de áreas de risco nos municípios em que o trabalho fosse necessário. O texto aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa foi considerado inconstitucional pelo tucano, por considerar que apenas o Executivo poderia determinar a respeito dessas questões.
“Viabilizar área de risco é ser cúmplice daquilo que pode acontecer e que já tem acontecido. É um crime deixar as pessoas estarem em áreas de risco e tudo tem de ser feito para evitar isso”, criticou.
Autora do projeto vetado por Serra, a deputada Ana do Carmo (PT) lamenta que o ex-governador não tenha apresentado um texto alternativo, que poderia ter reduzido ou mesmo evitado as tragédias vistas em 2010 em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, e este ano em Mauá, na região metropolitana da capital.
“Não tem argumentação nenhuma. (Serra) vetou simplesmente por vetar”, afirma a petista, que demonstra otimismo sobre a possibilidade de derrubar o veto no começo da próxima legislatura, em 15 de março.
Esta semana, a prefeitura de São Paulo apresentou, após alguns adiamentos, o estudo de mapeamento de risco entregue no último mês de dezembro pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Os geólogos detectaram a existência de 407 áreas de risco na cidade nas quais vivem 105 mil famílias. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) quer que 1.132 famílias que habitam locais considerados de “altíssimo” risco sejam removidas nos próximos quatro meses.
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