Mulheres sem-terra fecham rodovia no interior paulista para cobrar reforma agrária

São Paulo – Trezentas militantes do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam, no começo da tarde de hoje (13), a rodovia Presidente Castelo Branco (SP 280), no sentido […]

São Paulo – Trezentas militantes do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam, no começo da tarde de hoje (13), a rodovia Presidente Castelo Branco (SP 280), no sentido interior, próximo ao município de Iaras, no interior de São Paulo. As mulheres deixaram a fazenda Santo Henrique, pertencente à empresa de cítricos Cutrale, após reintegração de posse pela manhã. O objetivo da ocupação foi denunciar a grilagem de terras pela empresa e a omissão do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Segundo a dirigente estadual do MST Ana Carolina Mazin, a ocupação da rodovia foi um ato simbólico que durou 25 minutos com o objetivo de concluir a ação de denúncia iniciada no último domingo (11), com a ocupação da fazenda. “O estado de São Paulo tem cerca de 50 mil hectares de terras griladas e o Incra não sabe sequer em que tribunal está o processo, quem é o juiz responsável pela ação. A reforma agrária está paralisada há dois anos no estado e nós realizamos estas ações para chamar atenção e exigir que o poder público tome alguma atitude”, explica Ana.

A militante afirmou que o processo de reintegração de posse ocorreu pacificamente e que não houve qualquer situação de confronto com forças policias durante o ato na rodovia. Após o ato as militantes do movimento retornaram às suas regiões de origem, não havendo planos de retomar a ocupação da fazenda no momento.

De acordo com o MST, as terras pertencem ao Núcleo Colonial Monções, criado em 1909 pela União, que adquiriu terras em São Paulo para assentamento de colonos imigrantes. A Justiça Federal concedeu o imóvel ao Incra, mas a empresa obteve sucessivas ações judiciais protelatórias, permanecendo na área. A fazenda é a mesma que foi ocupada pelo movimento em 2009.