Sem-teto e CDHU fecham acordo sobre ocupação em Santo André

Protocolo assinado ontem (2) formaliza intenção da companhia de comprar terreno ocupado no Jardim do Estádio

Acampamento em Santo André abriga 1.500 famílias (Foto: Luciano Vicioni)

A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) assinou ontem (02) protocolo que formaliza a intenção de comprar a área hoje ocupada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) no Jardim do Estádio, em Santo André. O acordo foi feito entre o presidente da companhia, Antônio Carlos do Amaral Filho, e dirigentes do movimento.

Para conseguir a reunião, realizada no Palácio dos Bandeirantes, cerca de duas mil famílias de sem teto marcharam até o local. Dessas, pelo menos mil são da região. As demais, do acampamento Novo Pinheirinho-Embu.

“O governo do Estado quer evitar um novo confronto com a polícia, como houve no Pinheirinho, em São José dos Campos. Eles se comprometeram a pedir para a PM (Polícia Militar) não cumprir a reintegração de posse enquanto os governos e o movimento negociam uma saída definitiva para aquele povo”, afirmou Zezito Alves, coordenador nacional do MTST.

A ocupação Novo Pinheirinho-Santo André foi feita na madrugada de 3 de março, um domingo, e hoje (3) completa um mês. Começou já com 500 famílias, número expressivo para ocupações de espaços urbanos, e em pouco tempo o MTST, que possui trabalho constante de base em favelas e periferias, conseguiu massificar o acampamento. Em uma semana já eram mais de mil famílias.

Por questões estruturais do terreno ocupado, que é parcialmente acidentado, o movimento precisou congelar a ocupação em 1.500 famílias. Hoje há, de acordo com a coordenação da ocupação, cerca de 400 famílias em uma lista de espera.