São Paulo – Moradores da Serra da Cantareira e representantes de ONGs ambientalistas da zona norte da capital paulista protestaram, nesta quinta-feira (14), contra o traçado do trecho norte do Rodoanel. A manifestação teve início no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e seguiu para audiência pública na Assembleia Legislativa.

Os moradores temem prejuízos para as famílias que terão seus imóveis desapropriados, além do comprometimento ambiental de trechos da mata Atlântica na Serra da Cantareira. A audiência, com participação de líderes do PT, do PCdoB e do PSOL e busca discutir a mobilidade urbana e o Plano de Expansão anunciado pelo governo tucano. O trecho norte do Rodoanel tem previsão de 44 quilômetros de extensão.

Na Assembleia, o auditório Paulo Kobayach alcançou lotação máxima, sendo necessário comportar o público em dois auditórios. Foi instalado um telão para que todos acompanhem a audiência.

O coordenador nacional da União dos Movimentos de Moradia, Benedito Barbosa, defendeu a permanência das famílias que podem ser afetadas. “Não vamos aceitar o que aconteceu com as famílias da região da Jacu Pêssego e dos outros trechos do Rodoanel”, disse. Segundo ele, ao menos 20 mil famílias serão atingidas pelo traçado norte do Rodoanel e haverá divisão de comunidades.

Para Dom Milton Kenan, bispo da Arquidiocese de São Paulo, o projeto do traçado do Rodoanel visa o lucro e não o social. “Nosso apoio na Luta de resistência a este projeto que parece não levar em conta impacto ambiental que vai provocar”, disse.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 200 pessoas fecharam uma das pistas da avenida Paulista, sentido Paraíso, no início do ato. Eles carregaram faixas com críticas aos danos ambientais e sociais provocados pela obra.

Com informações da repórter Thaís Carrança, da Rádio Brasil Atual