Moradores de Higienópolis aceitariam metrô no bairro, aponta pesquisa

Apesar de uma associação de moradores posicionarem-se contra a estação, consulta indica que 57% aceitariam hipótese. Estação perto de shopping é opção mais rejeitada

Entre os trabalhadores que não residem em Higienópolis mas precisam se descolar diariamente ao bairro, as opiniões apontam maior apoio à necessidade de Metrô na região (Foto: Ciete Silvério/Divulgação governo de SP)

São Paulo – Dias após a polêmica sobre a indefinição da Companhia do Metropolitano (Metrô) a respeito da construção de uma estação em Higienópolis, na região central de São Paulo, uma pesquisa mostra que a maioria dos moradores do bairro nobre aceitaria a estação. A possibilidade de retirada da parada na futura Linha 9-Laranja – ainda em fase de projeto e sem data para início de obras – vinha sendo defendida por associações de moradores.

O Instituto Datafolha realizou o levantamento nos dias 15 e 16, um dia depois do “Churrascão da gente diferenciada”, que reuniu ativistas em defesa do transporte público e contra o elitismo e o preconceito. A pesquisa, publicada nesta terça-feira (17) pelo jornal Folha de S.Paulo, ouviu 386 moradores e 360 trabalhadores da região em relação à obra. A possibilidade de a estação localizar-se na esquina da avenida Angélica com a rua Sergipe, próxima ao Shopping Higienópolis, seria aceita por 57% dos moradores – 37% são contra.

Restringindo aos moradores da microrregião (nomeada como “área 1” da pesquisa) em torno da esquina cogitada, há empate técnico: 45% são a favor e 47%, contra a construção. O local preferido dos habitantes do bairro em geral, porém, seria o estádio do Pacaembu. Essa hipótese é defendida por 70% deles.

Entre os trabalhadores que não residem em Higienópolis, mas precisam se descolar diariamente ao bairro, as opiniões apontam maior apoio à necessidade da opção de transporte público. Para esse segmento, a taxa de aprovação de uma estação do metrô no bairro sobe para 86%. O local preferido para 83% é justamente a esquina da avenida Higienópolis com a rua Sergipe, e rejeitado por apenas 13% dos entrevistados.

Seguindo a tendência contrária dos residentes, a região com maior índice de reprovação é a em frente ao estádio do Pacaembu, com 57% de aprovação e 36% de rejeição. Para 75% dos trabalhadores que precisam se locomover até Higienópolis, a ideia de uma estação no bairro seria positiva para o local.

A hipótese de uma estação nas proximidades da praça Vilaboim é a opção que encontra maior rejeição entre os moradores de Higienópolis. Embora 46% dos entrevistados aprovem a ideia, 42% são totalmente contra. Entre os que residem nos entornos da praça (microrregião 3), a rejeição sobe a 50% e o apoio cai a 43%.

Só carro

A pesquisa questionou os moradores a respeito dos meios de transporte usados no dia a dia. Apenas 19% dos residentes disseram utilizar o metrô para se deslocar, ante 38% que afirmaram usar seus carros com maior frequência.

Para a maioria dos moradores do bairro, uma estação de metrô nas proximidades iria trazer benefícios para o local. No entanto, entre os entrevistados da microrregião 1, que contempla as redondezas da avenida Angélica e da rua Sergipe, o metrô não seria bem-vindo. De acordo com a pesquisa, 51% desses moradores são contra a estação.

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