Consórcio ‘blinda’ inauguração de estação contra protestos em São Paulo

Thaís e outros familiares do cobrador Wescley Adriano foram impedidos de entrar na estação Pinheiros (Foto: Divulgação/ Sindicato dos Metroviários) São Paulo – A segurança na estação Pinheiros do Metrô […]

Thaís e outros familiares do cobrador Wescley Adriano foram impedidos de entrar na estação Pinheiros (Foto: Divulgação/ Sindicato dos Metroviários)

São Paulo – A segurança na estação Pinheiros do Metrô estava reforçada nesta segunda-feira (16), durante a inauguração, que teve a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital, Gilberto Kassab. De acordo com o Sindicato dos Metroviários, que fazia protesto na frente do local, muitos manifestantes foram impedidos de entrar quando Alckmin chegou para a viagem de abertura. Thaís Adriano, viuva de Wescley Adriano, cobrador de lotação que morreu no acidente em janeiro de 2007, foi barrada e não conseguiu chegar perto das autoridades.

A blindagem do evento foi constatada por outros ativistas. Pedro Brandão, do Movimento do Passe Livre (MPL), conta que alguns seguranças tentaram impedir sua entrada na estação e, depois, sua saída do vagão do metrô na estação Faria Lima. “A moça do metrô ficou me segurando e avisando que estava muita confusão. Ela estava fazendo o trabalho dela, mas eu tinha o direito de sair do vagão”, relata Pedro.

Outro integrante do MPL, Ernani Espíndola, reclama que, além dos membros da Delegacia de Polícia do Metropolitano, um assessor do secretário municipal de transportes estava assediando-os para barrar as manifestações críticas ao governo. “Impediram que nós levantássemos um cartaz de protesto. O segurança disse que era proibido cartazes naquela área”, conta Ernani.

O Sindicato dos Metroviários condenou, por meio de nota, a atitude o governo Alckmin e do Consórcio Via Amarela de fechar os portões da estação e impedir a entrada dos familiares das vítimas de 2007 que protestavam no local.

Depois de cortar a fita na estação Pinheiros, o governador Geraldo Alckmin, juntamente com o prefeito Gilberto Kassab e outras autoridades, seguiu para a estação Faria Lima. Familiares das vítimas tentaram chamar a atenção e se aproximar de Alckmin, que não atendeu nenhum deles.

Em entrevista coletiva, já na estação Faria Lima, o governador disse que a tragédia de 2007 foi muito triste, mas frisou que ele não era governador à época. José Serra, também presente à cerimônia, estava à frente do Palácio dos Bandeirantes à época.