Serra e Kassab entram quietos e saem calados de inauguração de estação do Metrô
Kassab e Alckmin durante inauguração do Metrô Pinheiros ( Foto: Carol Guedes/Folhapress) São Paulo – Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, foi o centro das atenções da inauguração da estação […]
Publicado 16/05/2011 - 16h00
São Paulo – Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, foi o centro das atenções da inauguração da estação Pinheiros da Linha 4-Amarela da Companhia do Metropolitano (Metrô). O ex-titular do cargo, José Serra, e o prefeito da capital, Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD), compareceram ao evento, mas ficaram de lado.
Alckmin ainda deixou na conta de seu antecessor o acidente no local na fase de obras, em 12 de janeiro de 2007. Um desabamento na ocasião causou a morte de sete pessoas – cinco pedestres, um cobrador e um motorista de ônibus. Questionado a respeito, o governador disse que ele estava afastado fazia muito tempo do cargo – já que se desencompatibilizou da função para disputar a Presidência da República no fim de março de 2006.
“Nosso sentimento de solidariedade pela tragédia ocorrida. Eu já estava fora do governo há praticamente um ano. É muito triste o que aconteceu. A apuração está sendo feita e as pessoas foram indenizadas pelo consórcio responsável”, disse o governador sobre o acidente.
- Em inauguração de estação em SP, Alckmin nega decisão sobre parada em Higienópolis
- Após 4 anos do acidente, estação Pinheiros é aberta sob protestos
- Urbanistas criticam governo do PSDB por proximidade com a “classe alta”
- Com ou sem churrasco, mas um ato de cidadania pela ‘gente diferenciada’
- Churrascão da “gente diferenciada” em Higienópolis
- Galeria de imagens: churrasco da “gente diferenciada” em Higienópolis protesta contra preconceito
Alckmin diz que houve acordo com as famílias de todas as vítimas. Parentes de vítimas presentes à inauguração contestaram a informação. Segundo a Defensoria Pública, de 65 ações protocoladas no episódio – o que incluía proprietários de imóveis próximos – 61 foram encerradas com negociação e nenhuma outra encontra-se em andamento.
Serra, aliás, aderiu à inauguração apenas na estação Faria Lima, em vez de tomar o metrô a partir da estação Paulista. Permaneceu ao lado de Alckmin sem receber a palavra, apesar de ter convivido com a maior crise da fase de obras. A construção ficou parada por três meses, com direito a reparos a 94 casas na região.
O ex-governador conversou com alguns jornalistas após a inauguração, falando a respeito da proposta atribuída ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) de criação de um novo partido de oposição ao governo federal para fazer frente a Dilma Rousseff. A sugestão seria a fusão de PSDB, DEM e PPS. A ideia foi taxada de “discussão fora de hora”, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
Kassab sequer conversou com a imprensa. Pernameceu no enquadramento dos fotógrafos, inclusive no momento de desatar o nó na fita posicionada à porta da estação, mas não se manifestou. Enquanto Alckmin e Serra disputam espaço dentro do PSDB, o PSD, articulado por Kassab, arrebanhou seis vereadores tucanos no mês passado. Apesar disso, a cordialidade foi mantida.