Governo discute ajuda aos estados do Nordeste atingidos pelas chuvas

Lula se encontra com governadores de Pernambuco e Alagoas, Eduardo Campos e Teotônio Vilela Filho (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr) Brasília – O Gabinete de Crise, coordenado pela Casa Civil e […]

Lula se encontra com governadores de Pernambuco e Alagoas, Eduardo Campos e Teotônio Vilela Filho (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Brasília – O Gabinete de Crise, coordenado pela Casa Civil e pelo Gabinete de Segurança Institucional, se reúne nesta terça-feira (22) com representantes dos governos de Pernambuco e de Alagoas para avaliar os estragos causados pelas chuvas que atingem os dois estados desde quinta-feira (17).

No encontro, também serão discutidas estratégias de envio de ajuda à região o mais rápido possível e as necessidades mais urgentes, como água, comida e remédio, além de um reforço no efetivo do Exército para ajudar na distribuição de doações e na segurança da população.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional, liberou 12 mil cestas de alimentos para Pernambuco e 8 mil para Alagoas. Os produtos devem ser enviados aos estados a partir de hoje. Também já estão em Alagoas quatro técnicos da secretaria para ajudar no apoio à população vítima das chuvas.

Mortos e desaparecidos

Mais de mil pessoas estão desaparecidas e 22 morreram em consequência das enchentes que atingiram Alagoas nos últimos dias, informou o governador Teotônio Vilela Filho na noite de segunda-feira (21). Vilela Filho conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a liberação de recursos para o estado. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, participa da audiência, já que a chuva também castiga o seu estado.

“Até o início da tarde, eram 22 mortes e mais de mil desaparecidos. Estamos rezando para que eles estejam com vida. Mas estamos preocupados porque os corpos já começam a aparecer nas praias e nos rios”, disse Vilela, após a cerimônia de lançamento da Semana Nacional sobre Drogas.

O governador disse ainda que a chuva destruiu cerca de 40 mil casas, além de pontes, estradas e ferrovias em 22 municípios. “Os rios de Pernambuco vão todos para Alagoas. Com a enxurrada, eles devastaram as cidades”, disse o governador alagoano.

Ele preferiu não adiantar quanto será necessário para a reconstrução dos municípios. “Isso precisa ser quantificado com responsabilidade e critério. Em alguns casos, as águas não baixaram ainda. É impossível ter, neste momento, os prejuízos com precisão”, assinalou o governador de Alagoas. O senador alagoano Fernando Collor de Mello também participa da audiência com Lula.

Vilela fez ainda um apelo para que os veículos de comunicação façam campanha de doação de mantimentos para as vítimas da chuva no estado. “Quero aproveitar e fazer um apelo às emissoras de rádio e televisão para que façam uma campanha nacional, a exemplo do que foi feito para o Rio de Janeiro e para Santa Catarina, porque estamos precisando muito de solidariedade e apoio.”

Segundo ele, o emergencial agora é água, comida, colchões e abrigos. “O inventário do que é necessário reconstruir, como as estradas, casa e pontes, estará em um levantamento que chegará a Brasília na próxima semana”, disse Vilela.

Recursos

O governo federal liberou R$ 100 milhões para Alagoas e Pernambuco. O dinheiro faz parte da Medida Provisória 490, que destina R$ 1,2 bilhão para os estados atingidos. Serão enviadas ainda 75 mil cestas básicas, além de kits básicos de enchente.

“A orientação que temos é a de que não faltarão recursos. Mas quanto vai custar isso, ainda não sabemos porque tem lugares em que a água ainda nem baixou”, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Ele participou da reunião do Gabinete de Crise, que discutiu o assunto nesta terça-feira (22) com a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.