solução 'única'

Depois de atrasar, agora Alckmin quer privatizar obras dos monotrilhos

Com gastos que ultrapassam R$ 7 bilhões, Linha 15-Prata opera com apenas duas estações. Valor deveria ter sido investido na expansão de corredores de ônibus e no metrô

reprodução/TVT

Governo de SP pretende pagar à iniciativa privada para operar monotrilho

São Paulo – Após o projeto do monotrilho na cidade de São Paulo mostrar ser um fracasso técnico, o governo de Geraldo Alckim (PSDB) alega agora dificuldades financeiras para a conclusão das linhas 15-Prata, na zona leste, e a 17-Ouro, na zona sul. Como única solução, o governador novamente aponta a privatização, repetindo expediente bastante utilizado pelo seu partido. Para o urbanista Marcos Kiyoto, a opção pela privatização já era esperada. “Isso já tem sido o lema do governo há muito tempo”, declarou à repórter Vanessa Nakasato, do Seu Jornal, da TVT.

As obras estão com cinco anos de atraso, e já custaram R$ 7,1 bilhões aos cofres públicos, três vezes mais do que o orçamento inicial. Apenas um trecho de 2,9 quilômetros da Linha 15-Prata, entre as estações Vila Prudente e Oratório, na zona leste, está pronto até agora, representando apenas 11% dos 44 quilômetros prometidos pelo governo, quando anunciou a construção do monotrilho, em 2010. Já a Linha 17-Ouro só deverá operar em 2017, se não houver novo atraso.

A proposta em estudo inclui o pagamento de um valor por passageiro a uma concessionária em troca da operação da linha. A empresa também ficaria responsável pela compra de novos trens.

Segundo o urbanista, o montante investido deveria ter sido aplicado em corredores de ônibus e linhas de metrô. “Não precisava ter um sistema intermediário. Com esses dois sistemas, a gente resolveria todos os problemas da cidade, se bem implantados.” Ele diz ainda que a privatização pode não resolver os erros de projeto e orçamento do monotrilho. “Por conta disso, a linha periga ser largada no meio do caminho.”

“O monotrilho está sendo usado, aqui em São Paulo, como um substituto do metrô. Isso é um erro. Você pega um eixo que, tranquilamente, teria demanda para um metrô e coloca uma linha com uma capacidade um pouco menor. As pessoas vão ficar mais apertadas”, diz Marcos Kiyoto.




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