Para secretário Grella, debate sobre desmilitarização da PM deve ser nacional

Titular da Segurança Pública em São Paulo diz que é preciso rever abordagem policial para aproximar a corporação da sociedade, mas só o Congresso pode levar adiante uma reforma policial ampla

O secretário de Segurança Pública paulista, Fernando Grella: ações para melhorar imagem da PM (Marcelo Camargo/ABr)

São Paulo – O atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, disse que o governo paulista não levará adiante a proposta de ativistas de direitos humanos para desmilitarizar a polícia estadual.  “A sociedade deve fazer um amplo debate, sediado no Congresso Nacional”, resumiu, em entrevista nesta terça-feira (26) à Rádio Brasil Atual.

Grella disse ainda que, desde que assumiu a pasta, já promoveu mudanças de conduta importantes na Polícia Militar (PM) que, acredita, deve mudar a imagem da corporação junto à população, desgastada por sucessivas denúncias de violência policial. Entre as mudanças, o secretário cita a responsabilização de policiais envolvidos em crimes, a ordem para que as denúncias sejam apuradas a fundo e o afastamento dos militares envolvidos para tratamento psicológico, quando for o caso. “Assim, a instituição mostra para a população que podem ocorrer desvios, mas que não pode haver omissão. E não teremos problema em apurar, sejam os envolvidos policiais ou não.”

Na entrevista, o secretário fala ainda sobre a medida que proíbe policiais de prestarem socorro a vítimas de crimes graves, a descoberta de uma central de escuta telefônica no comando da PM de Presidente Prudente e sobre a onda de violência que tomou o estado no ano passado, principalmente no último trimestre.

Confira a íntegra da reportagem da Rádio Brasil Atual:

Link | Download

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), houve 4.833 homicídios dolosos no estado em 2012, o que representa um aumento de 15,2% em relação a 2011. Ao total, foram 92 policiais mortos. Durante a onda de chacinas ocorridas no último trimestre do ano passado, o número de homicídios dolosos cresceu 33,5%, passando de 1.125 para 1.502 casos.

Leia também

Últimas notícias