Rio de Janeiro – As irregularidades na gestão no Metrô do Rio de Janeiro, inclusive com questionamentos na Justiça ao cumprimento do contrato de concessão, passam por uma disputa na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). Um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) vem sendo contido pelo presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB).

A coleta de assinaturas para a CPI do Metrô foi comandada pelo deputado estadual Alessandro Molon (PT). A vontade de Molon esbarra na determinação do presidente da Alerj, em engavetar qualquer tentativa de investigação parlamentar. Segundo Picciani, “uma CPI do Metrô agora só iria atrapalhar a realização das Olimpíadas de 2016 no Rio”. O presidente da Alerj é pré-candidato ao Senado na chapa do governador Sérgio Cabral (PMDB).

Com o apoio de 27 deputados, Molon reagiu a Picciani e deu entrada na Justiça em um mandado de segurança, para que o presidente da Alerj cumpra o Regimento Interno da Casa e instale imediatamente a CPI do Metrô, uma vez que ela tem o apoio de mais de um terço dos deputados (70 no total).

“Não é coincidência que nenhuma CPI que incomode o Poder Executivo vá à frente na Alerj. Mas, esse poder de veto que o presidente da casa diz ter sobre os requerimentos de CPIs é uma extrapolação do seu real poder”, condena.

O deputado petista, que também deu entrada em ação popular no Tribunal de Justiça e iniciou a campanha “Quero meu metrô de volta!” com 1.200 adesões até 8 de abril e 500 membros na comunidade do Facebook – pediu ao secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, um estudo de viabilidade técnica e operacional das linhas do metrô.

Molon também esteve em Brasília, onde conseguiu apoio de parlamentares da bancada fluminense para a realização de uma audiência pública, com data ainda a ser confirmada, sobre os problemas enfrentados pelos serviços públicos de transporte no Rio.

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