Chuvas deixam dez mortos no Rio e mil desabrigados no litoral de São Paulo

Petrópolis, na região serrana fluminense, ainda corre risco de novos deslizamentos; de Roma, Dilma telefona a Cabral para oferecer ajuda, e governador anuncia viagem à cidade

Em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, moradores tiveram de deixar suas casas (Foto: Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress)

São Paulo – As chuvas do fim de semana deixaram pelo menos dez mortos em Petrópolis, região serrana do Rio de janeiro, e mil pessoas desabrigadas em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.

No Rio, deslizamentos em áreas de encosta mataram oito moradores e dois técnicos da Defesa Civil. Segundo o secretário estadual da Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, os rios Quitandinha e Piabanha, que chegaram a transbordar, já voltaram ao nível normal. No entanto, com o solo encharcado e previsão de chuva ele recomenda que as pessoas deixem as áreas de risco e se abriguem em local seguro.

“Nosso foco fica voltado para o risco de escorregamento, porque o solo já está saturado”, disse o coronel Simões. “Esse risco está potencializado pelo acumulado de chuva, então as pessoas que sabem que vivem em área de risco é importante que saiam temporariamente de suas casas para abrigos da prefeitura ou para casas de parentes fora dessas áreas”, reforçou.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), decretou ponto facultativo nas escolas municipais, que funcionarão como abrigo.

Hoje de manhã a assessoria do governado Sérgio Cabral informou que ele colocou “toda a estrutura do Estado” à disposição do prefeito, incluindo bombeiros e máquinas. Ainda segundo a assessoria, Cabral recebeu telefonemas da presidenta Dilma Rousseff, que está em Roma, e da ministra Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ambas oferecendo ajuda federal.

Ajuda

Em São Paulo, o prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi (PSC), vai se reunir hoje (18) às 14h30 com o secretário chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, para pedir ajuda do governo paulista para atender os mais de mil desabrigados. Ele decretou estado de calamidade pública.

Os bairros mais prejudicados são Cambury, Boiçucanga, Baleia e Maresias, que ficam na costa sul do município.

Essas localidades estão sem comunicação com o centro de São Sebastião, devido à queda de barreira que bloqueou a Rodovia Rio-Santos, entre os quilômetros (km) 156 e 159. Apesar da dificuldade de acesso, a prefeitura garante que as pessoas estão recebendo assistência.

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER-SP), não há previsão para liberação da Rio-Santos. A alternativa para chegar ao litoral é a Rodovia dos Tamoios. A Rodovia Mogi-Bertioga, nos trechos entre o km 77 e km 98, também está interditada por causa de deslizamentos.

Em menos de um mês, é a segunda vez que o município enfrenta dificuldades em decorrência das chuvas. No dia 22 de fevereiro, um temporal provocou a morte de Tainá Simões, de 11 anos, e deixou 168 pessoas desalojadas.