Vereadores de São Paulo aprovam mudanças na operação Águas Espraiadas
Alterações exigem desapropriação e demolição de 1.200 moradias de médio e alto padrão
Publicado 21/06/2011 - 18h53
Projeto da Prefeitura vai ampliar espaço para carros e transformar bairros da zona sul paulistana (Foto: ©Folhapress/Arquivo)
São Paulo – A Câmara de Vereadores da capital paulista aprovou, na tarde desta terça-feira (21), em primeira votação, o projeto de lei 25/2011 que altera lei que criou a Operação Urbana Água Espraiada. A intervenção prevê a extensão da avenida Jornalista Roberto Marinho – antiga avenida Água Espraiada – até a rodovia dos Imigrantes.
O projeto de lei enfrenta oposição de moradores que criticam a construção de um túnel de 2.350 metros. Na lei original, de 2001, o túnel teria 400 metros de extensão. A alteração, de iniciativa da prefeitura de São Paulo, inclui ainda um parque linear de 130 mil metros quadrados.
O representante da Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto, José Orlando Ghedini, classificou a aprovação do projeto como “rolo compressor da prefeitura de São Paulo”. Ele afirma que o projeto foi aprovado com “erros absurdos e visíveis”.
Ele estima que a reformulação do projeto vai causar a demolição de mais de 1.200 casas de médio e alto padrão de sete bairros regulares na região do Jabaquara, que não seriam afetadas no projeto inicial da operação. Também está prevista a remoção de 8.500 famílias de comunidades próximas para a construção de um parque linear.
Na visão dos moradores, o projeto é ilegal, porque foi apresentado e aprovado como melhoria viária. Entretanto, a avaliação é de que se trata de alteração de lei. O encaminhamento equivocado seria uma forma de reduzir o número de votos necessários para aprovação.
Em seu portal na internet, a prefeitura justifica que “o projeto tem como um dos seus principais objetivos revitalizar a região com a criação de espaços públicos de lazer e esportes”.
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