Após chuvas, Lula quer mais recursos do PAC 2 para drenagem no Rio

Lula, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, durante encontro no Copacabana Palace (Foto: Ricardo Stuckert/Pr) São Paulo – Diante da chuva que […]

Lula, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, durante encontro no Copacabana Palace (Foto: Ricardo Stuckert/Pr)

São Paulo – Diante da chuva que atinge o estado do Rio de Janeiro desde a noite de segunda-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu trabalhar com o governo fluminense e a prefeitura do Rio de Janeiro para aumentar os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, destinados a obras de drenagem na capital. Em visita ao Rio de Janeiro, Lula cancelou a agenda prevista ao Complexo do Alemão, onde inauguraria obras.

“Vamos trabalhar com o governador Sérgio Cabral e com o prefeito Eduardo Paes para que, no PAC 2, a gente coloque mais dinheiro para drenagem, para ver se daqui a 10, 15 anos possamos ter uma cidade do Rio de Janeiro menos sofrida do que a que temos hoje”, disse Lula.

O presidente disse ainda que as consequências pelo excesso de chuvas no Rio de Janeiro acontecem mais em ocupações inadequadas, localizadas em áreas de risco. Ele admitiu, no entanto, que as famílias relutam em deixar as encostas. “Os administradores públicos devem levar em conta que não é possível que as pessoas ocupem áreas inadequadas para morar. É preciso antever isso, tomar cuidado para não acontecer. Pensar em outros locais para as pessoas morarem”, disse Lula a jornalistas após reunião com o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), no hotel Copacabana Palace.

“Se você pegar todas as enchentes brasileiras, elas atingem sempre as pessoas pobres, que moram em locais inadequados”, completou. Na entrevista, Lula disse mais de uma vez que esta é maior quantidade de chuva que atingiu o Rio. “Não existe ser humano no mundo, no planeta terra, que consiga enfrentar uma mudança de clima com essa, que é a maior da história do Rio de Janeiro”, afirmou.

O presidente afirmou ainda que situações como a que o Rio de Janeiro enfrenta por causa das chuvas não vão atrapalhar a realização da Copa do Mundo de 2014 – o município será uma das cidades-sede do Mundial – e as Olimpíadas de 2016. “Não chove todo dia nem toda hora. Quanto acontece uma desgraça, acontece. Normalmente, os meses de junho e julho são mais tranquilos, e o Rio de Janeiro está preparado para fazer as Olimpíadas e a Copa do Mundo com muita tranquilidade”, disse ele.

O ginásio do Maracanãzinho, uma das únicas arenas esportivas da cidade que não precisam de reformas para os Jogos Olímpicos de 2016, foi invadido pela água na noite de segunda-feira e o time de vôlei da cidade que treinava no local passou a noite ilhado na quadra.

Importantes vias de acesso ao estádio do Maracanã e ao estádio olímpico João Havelange ficaram alagadas como resultado da tempestade, que provocou um verdadeiro colapso no sistema de transportes da cidade.

A equipe de vôlei Rio de Janeiro, comandada pelo técnico campeão olímpico Bernardinho, passou a noite ilhada dentro do Maracanãzinho depois que as ruas do entorno do complexo esportivo ficaram intransitáveis pelo volume de água.

Fotografias e imagens capturadas pelas jogadores e publicadas na Internet mostraram que parte da arquibancada e a quadra do ginásio, totalmente reformado para o Pan de 2007, foi invadida pela água, que tomou conta do bairro após o transbordamento do rio Maracanã.

“Era uma força tão tremenda que a gente começou a tirar as coisas da quadra de forma tão rápida que nós mesmas quase ficamos alagadas. Nos refugiamos na arquibancada achando que em algum momento a chuva fosse passar”, disse a jogadora Fabi, que gravou o alagamento da quadra da câmera de seu celular. As jogadoras e comissão técnica, que chegaram ao estádio antes das 18h de segunda-feira, só conseguiram deixar o local na manhã desta terça-feira, quando a chuva deu uma trégua e a água baixou.

De acordo com a secretaria estadual de Esportes, a quadra do Maracanazinho terá de ser substituída por uma nova.

A chuva que atinge o Rio pelo segundo dia seguido deixou ao menos 50 mortos na região metropolitana, sendo 26 deles só na capital, onde aulas foram canceladas e a população está sendo orientada a permanecer em casa e deixar áreas de risco. A maioria das mortes ocorreu em decorrência de deslizamentos de terra, segundo os bombeiros.

“Quando há uma chuva dessa magnitude, a única coisa que resta fazer ao prefeito, ao governador e à Defesa Civil é pedir para que as pessoas saiam das áreas de encosta, saiam da área de risco e esperar a chuva parar para que a gente possa começar a resolver os problemas”, disse Lula.

Com informações da Agência Brasil e Reuters