Greve de metroviários é resultado de intransigência do governo, diz sindicato

Em vez de tratar o colapso no transporte público, Geraldo Alckmin trata greve de trabalhadores de forma “irresponsável” (©G1/reprodução) São Paulo – O presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), […]

Em vez de tratar o colapso no transporte público, Geraldo Alckmin trata greve de trabalhadores de forma “irresponsável” (©G1/reprodução)

São Paulo – O presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Paulo Roberto Pasin, em balanço inicial da greve da categoria em São Paulo, deflagrada a partir da zero de hoje (23), disse que a adesão é total, depois de esgotadas as tentativas de fazer o governo estadual negociar as reivindicações dos trabalhadores. “A categoria decidiu pela greve em uma assembleia bastante representativa, porque a empresa ampliou pouco a proposta que havíamos feito”, afirmou.

O movimento teve adesão também de outras categorias, como os ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), das linhas 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana), ambas na zona leste, ampliando o alcance do movimento.

Pasin rebateu as declarações do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que classificou a greve como “ação de um grupelho radical”. Além de tentar fazer com que a população se volte contra a categoria, o dirigente afirma que o governador subestima a categoria. “As nossas assembleias são deliberativas e as decisões são tomadas pelos trabalhadores, os próprios metroviários. É típico do governo Alckmin ter posturas como essa, da mesma forma que trata os movimentos sociais de maneira autoritária.”

Pasin também disse que o governador da “informações levianas ao afirmar que a população foi pega de surpresa pela paralisação. Segundo ele, cartas de esclarecimento foram distribuídas aos usuários, alertando sobre a possiblidade da greve e esclarecendo o impasse das negociações. “Distribuímos informes, demos entrevistas a rádios, televisões, jornais, revistas, redes sociais e internet. Tudo isso em respeito à população”, afirmou.

Irresponsabilidade

O dirigente considera que o governo trata com irresponsabilidade a tentativa de improvisar o funcionamento de alguns trens do Metrô, colocando funcionários de outras áreas na condução dos trens.

“Deslocar funcionários de outras funções para operar os trens é um grande risco para a população que está utilizando o serviço, porque são pessoas que operam os trens eventualmente. Na semana passada, nós vimos a importância do operador de trem para a segurança do sistema no lamentável episódio dos dois trens que bateram na linha 3- Vermelha. Se não fosse o operador, a tragédia teria sido maior. Portanto, colocar pessoas não habilitadas para operar o trem é um atentado para a segurança da população, pode ocasionar uma falha que essa pessoa não vai conseguir resolver. O melhor é o governo do estado e o Metrô procurarem o sindicato e a gente negociar tentar resolver o impasse”.