Estudantes da USP têm aula pública no Masp e pedem saída de reitor

Manifestação fechou parte da avenida Paulista

Estudantes afirmam que querem um novo projeto de faculdade (Foto: Divulgação/Facebook Ocupa Sampa)

São Paulo – Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) reuniram-se no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, região central da cidade, no final da tarde desta quinta-feira (24) para assistir a uma aula pública. Pouco antes, por volta das 16h, mais de 1.500 manifestantes caminharam pela avenida Paulista em protesto contra a presença da Polícia Militar no campus. A Marcha Continental pela Educação foi divulgada pelo Facebook no Brasil e também em outros países, como Chile e Argentina.

Durante a passeata, os estudantes gritavam “Rodas, a culpa é sua, hoje a aula é na rua” e “USP sim, polícia não”. Eles defendem um outro projeto de segurança para a universidade e a saída do reitor, João Grandino Rodas. Não houve conflito com a Polícia Militar.

O diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, João Victor Pavesi, comemorou a manifestação e ressaltou que atos assim ajudam no diálogo com a comunidade. “Queremos desconstruir a ideia que a mídia passou às pessoas de que estamos nos manifestando por causa da maconha. Queremos mesmo é um outro projeto de universidade”, disse Pavesi.

Durante a aula pública, o professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco Jorge Souto Maior comentou o fato de ter sido questionado na noite de quarta-feira (23), por uma pessoa cuja identidade preferiu não revelar, sobre sua participação em uma manifestação de estudantes. Segundo ele, a preocupação era com as possíveis consequências de sua participação em um ato de rua. Souto rebateu dizendo que iria falar com pessoas inteligentes e com consciência de classe.

“Essas pessoas são acompanhadas de um sentimento de solidariedade e estão dispostas a lutar e a se posicionar contra a repressão. Não há outro lugar em que eu queira estar”, completou. Além de docentes, representantes de movimentos sociais e membros do movimento Ocupa Sampa expuseram suas ideias. Na próxima segunda-feira (28), a partir das 14 horas, haverá uma audiência pública na Assembleia Legislativa, para discutir a crise na USP. O reitor foi convidado.

Os estudantes estão em greve desde o dia 8, em resposta à reintegração de posse violenta do prédio da Reitoria, quando 73 estudantes que ocupavam o local foram presos. Eles estão sendo processados.

Aderiram à paralisação alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Escola de Comunicações e Artes (ECA), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e Faculdade de Educação. A próxima assembleia geral dos estudantes será na quarta-feira (30), às 18 horas, na ECA, na Cidade Universitária.