Contra o abuso

Unesp apura pela segunda vez denúncias de assédio sexual contra professor

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) abriu sindicância administrativa para apurar as acusações contra o professor Marcelo Magalhães Bulhões. Um processo aberto em 2017 acabou com a sua transferência de um curso para o outro

Twitter/Direito Dela
Twitter/Direito Dela
Manifestação de estudantes na Unesp contra professor que tem fama antiga de assediador

São Paulo – A Universidade Estadual Paulista (Unesp) abriu sindicância administrativa para apurar as acusações de assédio sexual contra o professor adjunto Marcelo Magalhães Bulhões. Em nota divulgada ontem (4), a universidade diz que “não poupará esforços para apurar e punir eventuais culpados”. O prazo para o término da apuração é de 60 dias, com a possibilidade de o processo ser prorrogado por igual período.

No entanto, esta não é a primeira vez que a universidade abre sindicância contra Marcelo Bulhões pelo mesmo motivo. Em 2017 abriu processo administrativo, arquivado no ano seguinte. O professor foi afastado do curso de Jornalismo e transferido para a graduação em Relações Públicas.

Alunos contra o assédio sexual

Na última sexta-feira (1º), estudantes do campus de Bauru, no interior paulista, fizeram manifestação. Exibiram banners com fotos das conversas que Bulhões supostamente teve com as alunas via e-mail, redes sociais e aplicativos de mensagens que demonstram a prática de assédio sexual na Unesp. Nesses diálogos, o professor chegava a afirmar o interesse em ter relações sexuais com as estudantes. “A verdade é que o nosso desejo não passa”, teria dito ele em uma das mensagens enviadas, conforme exibiram no ato.

“A Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) repudia toda e qualquer prática de assédio. A atual gestão, iniciada em 2021, não poupará esforços para apurar e punir eventuais culpados”, diz trecho da nota.

Professor nega acusações

Na semana passada, o professor negou as acusações das estudantes. E disse que é vítima de calúnia. Por meio de nota, afirma que nunca “houve indício concreto” da prática de assédio nos 28 anos em que leciona na universidade.

“Foi com estarrecimento que fiquei sabendo que cartazes foram afixados no campus com teor acusatório a mim. Estou ainda chocado”, disse o docente. “Entendo que legítimas e importantes demandas da atualidade – luta contra o racismo, movimento feminista – têm produzido uma mobilização de empatia diante de causas importantes. Nesse caso, todavia, estou sendo vítima de calúnia, cuja propagação em tempos digitais é implacável.”

Com informações do portal UOL