São Paulo – A Rede Emancipa, movimento social de educação popular, está construindo um grupo de apoio e acolhimento para gestantes do Grajaú, bairro do extremo sul da cidade de São Paulo. Uma das frentes de atuação da iniciativa terá como objetivo arrecadar e distribuir enxovais às gestantes participantes do projeto, tendo em vista o impacto da pandemia de covid-19 na vida econômica das mulheres da periferia. 

Enfermeira e integrante do projeto, Natália Pennachioni explica que a ideia nasceu a partir de discussões realizadas dentro do Núcleo de Saúde da Rede Emancipa – formado por ativistas dos direitos das mulheres e doulas –, sobre a violência obstétrica. A ideia do grupo de apoio e acolhimento, de acordo com ela, é que a gestante protagonize seu processo de parto. 

“Por conta disso nós resolvemos criar esse grupo, para que converse e também distribua um enxoval para as gestantes, pensando que estamos vivendo um momento em que a vulnerabilidade social tem crescido por causa da pandemia e há dificuldade de emprego. E como as mulheres da periferia são as principais afetadas neste momento, então, há essa importância de ter um auxílio social ao entorno delas, seja de acolhimento, como também de distribuição de um enxoval básico”, aponta. 

Informações e apoio

Outra frente de atuação do projeto será composta por rodas de conversa sobre saúde gestacional, amamentação, direitos de gestantes, cuidados com recém-nascido e suporte social e psicológico à mulher. Os encontros serão quinzenais e vão ocorrer na Casa Emancipa, localizada na rua Elísia Gonçalves Barcelos, 26, próxima à avenida Belmira Marin. A previsão é que as atividades tenham início em março. 

Psicóloga, doula e integrante do projeto, Patrícia Santos argumenta que a proposta das rodas de conversa é levar informações profissionais e permitir a troca de experiências entre as gestantes. Além de garantir informações sobre um parto tranquilo e seguro. “E para o pós-parto também. Sobre amamentação, cuidados com o bebê, importância da rede de apoio, o que fazer quando não se tem rede de apoio, que é o que acontece com mulheres e também sobre puerpério. Esse é um momento que todas vivenciam depois do parto, mas que pouco se tem conhecimento. E não conhecer faz com que a mulher passe por aquele momento e que ela não saiba o que está vivenciando. O que ela acha que não é normal quando, na verdade, ela está passando por um período que são esperadas algumas coisas e outras não”, descreve a psicóloga.

É possível contribuir com o projeto por meio de doações em dinheiro ou de itens, como fraldas, bolsa de maternidade e roupas para bebê. Já as gestantes interessadas podem se inscrever no projeto. Todas as informações estão disponíveis na página do Instagram: ‘Emancipa Saúde’.

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