São Paulo – Chegou ao fim na noite de ontem (14) ocupação que militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizavam desde quarta-feira (9) na sede da prefeitura de Itamaraju, município do sul da Bahia. A mobilização terminou depois que o prefeito Marcelo Angênica (PSDB) recebeu os manifestantes em reunião para dar encaminhamento às reivindicações do grupo.  

O prédio da prefeitura foi desocupado por volta de 22h. A pauta que foi discutida vinha sendo apresentada desde 2017. As 250 famílias assentadas no município lutam por direitos nas áreas da saúde, educação e infraestrutura. A ação cobrou as promessas de políticas públicas para a população rural da cidade feitas pelo prefeito.

Infraestrutura e serviços básicos, a exemplo da construção, reforma e manutenção de estradas, postos de saúde e escolas estão entre as principais reivindicações da população. 

Persistência

“Vamos continuar aqui até que o prefeito tenha o interesse de nos atender. O que nós queremos são apenas os nossos direitos. A escola está caindo os telhados, a estrada não tem condição de transporte, principalmente transporte escolar, a saúde que está sendo jogada às traças e o prefeito se quer faz uma conversa com a gente”, disse David Pedroso, integrante da direção estadual do MST na Bahia, antes de a reunião ser marcada.

Na última quarta, o secretário administrativo da cidade conversou com as famílias e informou que marcaria uma reunião com o prefeito se o prédio da Prefeitura fosse desocupado.

De acordo com Eliane de Oliveira, da direção estadual do MST no extremo sul, os manifestantes não concordaram e decidiram permanecer no local até que a reunião acontecesse. No segundo dia de ocupação a energia do prédio foi cortada. Na sexta (11), foi dado ponto facultativo para os funcionários do prédio e, no meio da tarde, um oficial de justiça foi até o local solicitando a desocupação, de acordo com Eliane. Mas os manifestantes optaram por resistir na ocupação.

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Itamaraju possui mais de 64 mil habitantes, segundo dados do IBGE, e a grande maioria é de residente das zonas rurais. A produção agrícola das famílias agricultoras e assentadas é uma das atividades econômicas mais importantes para o desenvolvimento do município, que fica no extremo sul baiano, a 740 quilômetros da capital, Salvador. Mesmo assim, não estão sendo contempladas com os investimentos da governança pública.

Com informações do Brasil de Fato