Polícia investiga se foram disparadas balas de borracha em ato na Assembleia Legislativa
Pelo menos duas pessoas teriam sido feridas quarta-feira (14) com o artefato proibido pelo próprio governador Geraldo Alckmin em junho
Publicado 16/08/2013 - 19h10
São Paulo – As polícias militar e civil de São Paulo estão investigando se houve uso de balas de borracha durante protesto de sindicalistas e movimentos populares na última quarta-feira (14), na Assembleia Legislativa.
Durante o ato, policiais da Tropa de Choque usaram bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, e supostamente, as balas de borracha para impedir que, a pedido do presidente da Assembleia, Samuel Moreira (PSDB), cerca de 50 manifestantes entrassem no plenário para pressionar parlamentares a assinarem o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar desvios de recursos do Metrô.
Ednalva Franco, da Central de Movimentos Populares, e mais três pessoas realizaram hoje (16) exames de corpo delito no Instituto Médico Legal. Em seu depoimento na 36º delegacia, na Vila Mariana, na noite de ontem, ela entregou três projéteis aparentemente de borracha que foram retirados de seu joelho.
Uélida Caetano também teria sido ferida por tiro de bala de borracha. Gílson de França, atingido na perna, e Severina Amaral, no olho, teriam sido feridos por fragmentos de bombas de efeito moral. Todos são ativistas da CMP.
O uso do armamento está proibido desde o dia 17 de junho quando diversos pessoas foram atingidas pelo artefato em manifestações do Movimento Passe Livre, entre eles dois jornalistas feridos no olho. Na ocasião, o próprio governador garantiu que as balas não seriam mais usadas. A Polícia Militar reiterou que a norma não foi alterada desde então e que os armamentos continuam proibidos e que pessoas envolvidas no episódio serão ouvidas em inquérito militar.
No âmbito civil, as investigações serão desenvolvidas pelo Distrito Policial da Assembleia Legislativa. A Secretaria de Segurança Pública não se manifestou.