Quem matou?

Polícia da Bahia prende três suspeitos do assassinato de Mãe Bernadete

Mãe Bernadete foi assassinada em sua casa, no Quilombo Pitanga dos Palmares, próximo a Salvador. Polícia identificou e deteve três suspeitos

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais
Em nota divulgada hoje (16), o MP-BA sustenta que quatro dos denunciados integram uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas

São Paulo – A Polícia Civil da Bahia prendeu hoje (4) três suspeitos por envolvimento no assassinato da ialorixá e líder quilombola Mãe Bernadete. No dia 17 de agosto, um grupo assassinou a ativista e liderança religiosa no Quilombo Pitanga dos Palmares, na região metropolitana de Salvador. O crime envolve suspeitas de intolerância religiosa e racismo. Movimentos sociais, o governo federal e até mesmo a ONU cobram respostas rápidas para o caso.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado da Bahia, cada um dos suspeitos concorreu de forma distinta para o crime. Um deles seria o executor. Outro armazenaria as armas (sobre este já existe a materialidade pela qual foi preso por porte ilegal de armas de fogo). Por fim, outro seria um receptador que ficou com os bens da família de Mãe Bernadete após o homicídio.

O assassinato de Mãe Bernadete

A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, afirma que os motivos para o crime estão sob investigação. De acordo com a policial, os suspeitos já falaram sobre o caso, contudo, apenas a confissão não é o suficiente. É preciso montar um arcabouço de provas para entender o que houve e, assim, prosseguir com a persecução penal. “Ele fala o motivo, mas precisamos saber se isso condiz com a verdade. Qualquer informação passada agora pode não ser a verdade”, disse Heloísa.

Com os suspeitos, a polícia também encontrou armas compatíveis com os vestígios da cena do crime. “Coletamos e encaminhamos para perícia todo o material relacionado aos projéteis. Esse laudo também está concluído e entregue à Polícia Civil. Agora será feita a perícia nas armas, porque com esse primeiro exame que foi feito dos estojos e dos projéteis, vamos ter como relacionar essas armas que foram apreendidas com o material que já temos. A partir daí, a gente vai poder definir com certeza se essas são as armas do crime”, disse a perita criminal Ana Cecília Bandeira