DESINFORMAÇÃO

Usuários do Twitter pressionam rede social pela derrubada de fake news

Após campanha massiva, plataforma liberou ferramenta para denunciar mentiras publicadas por usuários

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De acordo com a campanha, mais de sete mil pessoas se mobilizaram no último domingo (16) e, no dia seguinte, o Twitter Brasil atendeu o pedido dos internautas brasileiros

São Paulo – Diversos perfis do Twitter têm se mobilizado, nas últimas semanas, para denunciar contas que promovem fake news. Através da campanha #FakeNewsMata, eles pressionam a rede social a tomar medidas que impeçam a propagação de desinformações, como ferramentas para denunciar tuítes que comprometam a campanha de vacinação contra covid-19 ou até o processo eleitoral.

De acordo com a campanha, mais de sete mil pessoas se mobilizaram no último domingo (16) e, no dia seguinte, o Twitter Brasil atendeu o pedido dos internautas brasileiros para disponibilizar uma ferramenta de denúncias de fake news. O instrumento era testado em apenas na Austrália, Coreia do Sul e Estados Unidos, permitindo denunciar tuítes com conteúdos enganosos ou inverídicos.

Em 5 de janeiro, usuários da rede social cobraram a inserção da ferramenta, com a hashtag #TwitterApoiaFakeNews, que ficou entre os assuntos mais comentados. Um dia depois, o Ministério Público Federal enviou um ofício questionando os motivos pelos quais s empresa não havia colocado o mecanismo em prática no país. “As políticas de uso das plataformas proíbem a circulação de informações falsas sobre saúde e veiculação de material que possa interferir em processos eleitorais. Mas muitas ainda não oferecem mecanismos adequados de denúncia de notícias falsas”, diz uma nota publicada pela campanha.

Fake news bolsonaristas no Twitter

A campanha contra fake news é liderada por perfis, como Desmetindo Bolsonaro, Sleeping Giants e Bancada Ativista. Um dos casos criticados é o da blogueira bolsonarista Bárbara Destefani, que recentemente recebeu selo de verificação da plataforma. O perfil de Bárbara foi apontado pelo ministro Alexandre de Moraes como parte de um mecanismo de criação e divulgação de notícias falsas contra instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF).

Os perfis também questionaram publicações antigas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como o jornalista Guilherme Fiuza, sinalizadas em diversas ocasiões como enganosas pelo Twitter e questionam o fato de não terem sido removidas e de os perfis não terem sido banidos. Os ativistas lembraram que a própria rede social excluiu a conta da congressista republicana da Geórgia Marjorie Taylor Greene por “por repetidas violações” à política de desinformação sobre a covid-19.

No último dia 10, uma série de publicações do pastor Silas Malafaia foi removida pelo Twitter depois das manifestações de internautas. Em um dos posts, o pastor chamava a vacinação de crianças de “infanticídio”. Os usários da rede social levantaram a tag #DerrubaMalafaia e, novamente, cobrou ações dos administradores da plataforma para inibir desinformações.