Privatizações

MTST cobra ações da Enel, enquanto presidente da empresa diz que não se desculpará

Cinco dias após uma chuva intensa que caiu na Região Metropolitana de São Paulo, cerca de 200 mil casas seguem sem luz. Empresa privada Enel lava as mãos

Comunicação/MTST
Comunicação/MTST
"Demandamos à Enel o ressarcimento dos prejuízos causados à população e um plano de ação para chuvas"

São Paulo – Ativistas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) estiveram hoje (7) na sede da empresa Enel, responsável pelo abastecimento de energia na capital paulista. Cinco dias após intensa chuva que caiu na região, estima-se que 200 mil residências permaneçam sem luz. No ápice do apagão, o número superou 2 milhões. Enquanto isso, o presidente da empresa, Nicola Cotugno, afirma que “não há de se falar em desculpas” e coloca a responsabilidade toda no clima.

Contudo, o fato é que, desde que a Eletropaulo foi privatizada, em 2018, a empresa italiana Enel cortou 35% dos funcionários. Há falta de resposta aos problemas. Enquanto isso, a conta de energia sofreu elevações com o tempo. Neste período, também, o lucro da empresa com as operações brasileiras dobrou.

A manifestação na Enel

“Diante dos recentes fatos, o MTST denuncia o sucateamento dos serviços públicos no Estado de São Paulo, que tem se intensificado por conta das privatizações”, denuncia o MTST. A empresa destacou um grupo para receber os manifestantes.

As pautas deles são: ressarcimento dos prejuízos causados pelo apagão, incluindo para famílias que perderam alimentos refrigerados. Também, dias de trabalho e danos em pequenos comércios; a responsabilização pelo “descaso com a população que paga caro por um serviço sem qualidade” e, por último, um plano de ação para o estado de São Paulo durante os períodos de chuvas.

“Estivemos na Enel devido o apagão prolongado que ainda afeta 200 mil pessoas em SP. Demandamos à empresa o ressarcimento dos prejuízos causados à população e um plano de ação para chuvas. É pelo direito do nosso povo”, disse a coordenadora do movimento social Débora Lima.

Finalmente, Débora argumenta que este é um alerta. Um alerta para que a população reaja à sanha privatista do governador bolsonarista Tarcísio (Republicanos), que quer entregar para o setor privado a Sabesp. “O que aconteceu em São Paulo nos últimos dias é um alerta sobre resultados nefastos das privatizações dos serviços básicos no Estado de São Paulo. A Enel de hoje pode ser a Sabesp de amanhã”, disse.