Ligue 180 registra mais de 58 mil relatos de violência contra a mulher até outubro

Iriny Lopes, secretária de Políticas para as Mulheres, apresenta dados sobre o Ligue 180, em Brasília (Foto: Antonio Cruz/ABr) Brasília – A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 […]

Iriny Lopes, secretária de Políticas para as Mulheres, apresenta dados sobre o Ligue 180, em Brasília (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Brasília – A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 contabiliza este ano 58.512 relatos de violência – 35.891 de violência física; 14.015 de violência psicológica; 6.369 de violência moral; 959 de violência patrimonial; 1.014 de violência sexual; 264 de cárcere privado; e 31 de tráfico de mulheres. Os números foram mostrados nesta sexta-feira (25), Dia Internacional pela não Violência Contra a Mulher, pelo ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

A Central de Atendimento à Mulher é um serviço de utilidade pública de emergência, gratuito e confidencial, que funciona 24 horas por dia, inclusive fim de semana e feriado.

Um dos dados que mais chama a atenção no levantamento é o que mostra que a violência moral e a violência psicológica, juntas, representam 34,9% do total de ligações. O balanço revela ainda que a maior parte das mulheres que entrou em contato com o Ligue 180 e que é vítima de violência tem entre 20 e 40 anos, ensino fundamental completo ou incompleto e convive com o agressor há pelo menos dez anos. Ao todo, 82% das denúncias são feitas pela própria vítima.

Ainda segundo o balanço, 44% das mulheres que entraram em contato com o serviço declararam não depender financeiramente do agressor e 74% dos crimes são cometidos por homens com quem as vítimas possuem vínculos afetivos/sexuais (companheiro, cônjuge ou namorado).

Entre abril de 2006 e outubro deste ano, o Ligue 180 registrou cerca de 2,18 milhões de atendimentos. 

No exterior

Brasileiras que estão em Portugal, na Espanha e na Itália em situação de risco e ameaça terão a partir desta sexta-feira um número de telefone para o qual podem fazem a chamada, relatar o problema e indicar que tipo de auxílio precisam. O projeto é piloto, mas deverá ser estendido para a Europa e as Américas. O serviço é resultado de uma parceria da Secretaria de Políticas paras as Mulheres (SPM) e dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.

“A ideia é estar disponível 24 horas. Antes havia o apoio prestado pelos serviços consulares e muitas vezes o pedido de ajuda não ocorria porque algumas mulheres ficavam constrangidas de relatar o que estavam passando. Agora haverá um atendimento só para elas”, disse a chefe do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva.

Nesta primeira etapa do serviço atuam os consulados do Porto e de Lisboa (Portugal), de Madri e Barcelona (Espanha) e de Milão e Roma (Itália). Para entrar em contato com o serviço há três números distintos. Se a mulher estiver em Portugal, ela deve telefonar para 800 800 550, pedir a opção 3 e discar 61 37 99 01 80.

Caso a brasileira esteja na Espanha, o número a ser discado é 900 990 055, com a escolha da opção 3. Em seguida, deve-se discar 61 37 99 01 80. Se a mulher estiver na Itália, o número a ser discado é 800 172 211, opção 3. Depois, ela deve discar 61 37 99 01 80.

Com reportagem de Paula Laboissière, da Agência Brasil