Reconhecimento

Júlio Lancellotti é condecorado com medalha da Ordem do Mérito do Ministério da Justiça

O ativista foi agraciado com o grau Grã-Cruz, concedido a pessoas com atuação destacada em questões relacionadas à Justiça e demais temas tratados no âmbito da pasta

Henrique de Campos/Divulgação
Henrique de Campos/Divulgação
Padre Júlio Lancelotti coloca flores no lugar de pedras que tinham sido instaladas pela Prefeitura sob viadutos de SP

São Paulo – O padre Júlio Lancellotti, que atua em defesa dos direitos da população em situação de rua, foi condecorado com medalha da Ordem do Mérito, do Ministério da Justiça. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (29). O ativista foi agraciado com o grau Grã-Cruz, concedido a pessoas com atuação destacada em questões relacionadas à defesa da justiça.

Aos 74 anos, Lancellotti é coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo. E exercer a função de padre na paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca. É também responsável pelas missas da capela da Universidade São Judas Tadeu.

O religioso tem atuação reconhecida em defesa dos direitos humanos e das pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade na cidade de São Paulo. Sua luta contra a arquitetura hostil, implementada para afastar essas pessoas do espaço público, inspirou a criação e aprovação da Lei Padre Júlio Lancellotti. A legislação foi promulgada em dezembro passado, após o veto do então presidente Jair Bolsonaro.

Júlio Lancellotti é alvo da extrema direita

Reconhecido pelo trabalho, o religioso é também alvo de ataques da extrema-direita. Em 2020, durante a campanha para a prefeitura de São Paulo, o deputado federal cassado, Arthur do Val, o Mamãe Falei, empreendeu campanha de difamação. Segundo do Val, em mensagem disseminada pelas redes sociais, o padre seria um “cafetão da miséria”.

Neste domingo (27), ele foi novamente alvo de ameaça. “Seu dia de reinado vai acabar, pode esperar”, dizia um bilhete deixado na porta da paróquia, que o chamava de “defensor dos direitos dos bandidos” e de “petista vagabundo”, entre outras ofensas.

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