Sem salário

Haitianos são explorados por construtora no Alto Tietê

Constantes atrasos no pagamento inviabilizam sonho de trazer suas famílias. Ministério Público do Trabalho investiga o caso

Laura Daudén/Conectas.org

Haitianos chegam ao Brasil em busca de melhores condições de vida e trabalho

São Paulo – Um grupo de 11 haitianos refugiados que veio trabalhar em Suzano, região do Alto Tietê, não tem seus direitos trabalhistas cumpridos. Constantes atrasos nos pagamentos por parte de uma construtora fizeram com que eles denunciassem os empregadores.

O auditor fiscal do Ministério Público do Trabalho (MPT-SP), José Luiz Lázaro, acompanhou o caso e falou à reportagem da Rádio Brasil Atual, na manhã desta sexta (9). “Estavam em determinado alojamento na região, totalmente sem condições e, por iniciativa do MPT, houve uma fiscalização no local. Em seguida, houve perante o MPT a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta para que fosse rescindido esse contrato de trabalho. Num terceiro momento, a empresa não concordou em rescindir. E mantém esses trabalhadores em atividade até hoje.”

Marc Augustin, um dos haitianos que chegou ao país em maio último em busca de emprego, afirma que o principal problema é a falta de dinheiro, já que ele e os demais estão legalizados. Marc afirma que os salários chegam a atrasar duas, até três semanas, o que impede que possam trazer suas famílias, o principal anseio dos refugiados.

Dos 11 haitianos, 7 voltaram para a capital paulista em busca de emprego, e o que restou têm encontrado apoio em uma igreja da cidade, recebendo abrigo e orientações para a retirada de documentos.

Ouça a reportagem completa da Rádio Brasil Atual: