arrastões

Haddad diz que violência na Virada ficou além do esperado, mas evita culpar PM

Policiais não teriam agido para evitar roubos e agressões nas ruas do centro de São Paulo durante maratona de shows; balanço da operação mostra 28 pessoas detidas em flagrante

Marlene Bergamo/Folhapress

Público acompanha atração da Virada Cultural 2013 em São Paulo. Episódios violentos podem ter sido aumentados por ação pouco eficaz do policiamento

São Paulo – Após um dia de indefinição sobre quem falaria a respeito dos episódios de violência ocorridos durante a Virada Cultural de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) e a Polícia Militar concederam entrevista conjunta no final da tarde de hoje (19). Haddad disse que o total de ocorrências – roubos e agressões – ficou além do esperado, mas evitou polemizar com PM, que segundo relatos de frequentadores nas redes sociais e na imprensa, teria deixado de agir pra coibir os criminosos.

Uma primeira coletiva havia sido chamada pela Polícia na parte da manhã, mas foi adiada para o começo da tarde e depois cancelada. Isso teria ocorrido devido a gestões da prefeitura, que também recebera informações sobre a suposta negligência policial e queria participar a fala aos jornalistas.

“O que mais preocupou foi a segurança e episódios que ocorreram sobretudo na madrugada, das 2h às 6h. Recebemos mais ocorrências do que imaginávamos”, disse Haddad, ao lado do coronel-tenente Reynaldo Simões Rocha, responsável pelas operações durante a Virada.  “De sexta-feira para sábado o índice de violência em São Paulo foi o mesmo de sábado para domingo. Vamos fazer uma avaliação para apurar o que aconteceu e depois tomar as providências necessárias”, completou o prefeito.

Ele disse ainda que “do ponto de vista das atrações, tudo transcorreu na mais perfeita ordem” e que apenas dois shows tiveram problemas. “A diversidade e o respeito são pontos positivos. Foi uma das melhores Viradas de todos os anos”, afirmou.

Ele negou que o cancelamento da primeira coletiva tenha se dado pro divergências com o comando da PM. Segundo Haddad, a prefeitura preferiu apenas apurar melhor os números antes de divulgá-los.

De acordo com a PM, foram registradas duas mortes Durant a Virada: uma pessoa baleada e outra vítima de parada cardíaca. Também houve 12 casos registrados de roubos e seis esfaqueamentos. Ao todo, 28 pessoas foram detidas em flagrante.

De acordo com o coronel-tenente Simões Rocha, houve ainda ocorrências de tráfico de entorpecentes, apreensão de armas de fogo e casos de excesso de bebidas alcoólicas. No total, 1.800 pessoas receberam atendimento médico e 260 foram removidas para hospitais.

Arrastões

A maioria dos casos de roubo aconteceu durante arrastões, em que grupos de cerca de 50 passavam agredindo e arrancado pertences dos frequentadores, sobretudo celulares e carteiras.

Uma das vítimas de roubo foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), durante show de Daniela Mercury, que abriu a Virada na praça Júlio Prestes. O senador subiu ao palco e fez um apelo para que os ladrões devolvessem seus documentos, o que de fato acabou ocorrendo.