Desenvolvimento social

Governo pretende retomar reforma agrária e estimular assentamentos sustentáveis, diz Teixeira

“Eu quero que os movimentos sociais do Brasil se ocupem de produzir alimentos e a ajudar o povo”, disse o ministro Paulo Teixeira

MST
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Teixeira argumentou que a reforma agrária precisa avançar para povos diversos do país

São Paulo – O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse nesta quarta-feira (26) pretende adotar um cronograma de regularização fundiária com objetivo de evitar conflitos no campo, invasões de terra e retomar ações de reforma agrária. De acordo com o ministro, os últimos governos negligenciaram o tema.

“Quero que os movimentos sociais se ocupem de produzir alimentos e ajudar o povo brasileiro a ter oportunidade de trabalhar na terra”, disse o ministro. Ele participou nesta manhã de reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

Teixeira argumentou que a reforma agrária precisa avançar para povos diversos do país. Isso porque, historicamente, o Brasil trabalhou de forma mais ativa para a reforma agrária em colônias de descendentes de europeus. “Todas as comunidades italianas, alemãs, polonesas, japonesas foram beneficiários de programa de reforma agrária”, lembrou.

Reforma Agrária é direito

Segundo Teixeira, o acesso à terra é um direito garantido pela Constituição Cidadã. “O programa de reforma agrária está previsto na Constituição brasileira, e nós vamos implementá-lo, com respeito à Constituição e com respeito às leis. E por essa razão, nós vamos estabelecer paz no campo, como nós constituímos a Ouvidoria Agrária para não ter mais conflitos que possam desbordar para questões mais graves na sociedade brasileira”, disse.

Ocupações do MST

Ao anunciar os planos de uma retomada, Teixeira lembrou da relevância do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Disse que o movimento social vai desocupar nesta semana áreas da Embrapa, em Petrolina (PE), e da empresa Suzano, em Aracruz (ES).

De acordo com o ministro, o diálogo e a ação são essenciais para pacificar o país. “O Brasil, para dar um salto enquanto nação, um salto enquanto país, para que ele volte a ter um lugar entre os seis países mais desenvolvidos do mundo, o Brasil precisa pacificar, o Brasil precisa ‘coesionar’, o Brasil precisa superar as tensões existentes.”

O ministro explicou ainda que o governo quer mudar o modelo de assentamento, fazendo com que sejam assentamentos mais sustentáveis e com oferta de serviços públicos e de assistência técnica. “Vamos fazer com que nós tenhamos uma agricultura potente nesse Brasil, voltada para agroindústria, para agregação no campo, para transição ecológica e para a apropriação de novas tecnologias”, disse.

Com informações da Agência Brasil