Ditadura

Fórum da USP quer rediscutir comissão da verdade no Conselho Universitário

Estudantes querem que colegiado considere proposta de grupo criado para debater o tema, e não a formação definida pelo reitor sem consulta à comunidade acadêmica

Fórum Aberto pela Democratização da USP/Facebook

Ato organizado pelo Fórum, em 13/08/2012, em memória de Ana Rosa Kucinski, professora do Instituto de Química e desaparecida desde 1974

São Paulo – Após considerar a Comissão da Verdade instalada pela reitoria um “golpe antidemocrático”, integrantes do Fórum Aberto pela Democratização da Universidade de São Paulo (USP) querem debatê-la na próxima reunião do Conselho Universitário, instância máxima de decisão da universidade. “Vamos denunciar esse absurdo ao menos no conselho para que fique claro que a Comissão da Verdade do reitor não é a que reivindicamos durante todo esse tempo“, diz Renan Quinalha, estudante de pós-graduação em Relações Internacionais e integrante do fórum.

Na última terça (7), a reitoria da USP anunciou a criação de um colegiado que, durante um ano, deve investigar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas contra estudantes, funcionários e docentes da universidade durante a ditadura (1964-1985). A comissão anunciada pela reitoria, composta por sete docentes e presidida pelo professor e ex-diretor da Faculdade de Direito Dalmo de Abreu Dallari, é diferente daquela proposta pelo Fórum Aberto pela Democratização da USP.

A proposta do fórum previa uma comissão com três representantes da reitoria ede cada uma das seguintes entidades: Diretório Central de Estudantes (DCE), Associação de Docentes da USP (Adusp), Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e Associação de Pós-Graduandos (APG).

“A intenção é levar a discussão para o conselho e questionar o ato reitoral que impôs uma Comissão da Verdade sem mesmo passar pelo próprio Conselho Universitário. Vamos reivindicar que a USP considere a proposta do fórum“, diz Rafael Pacheco, estudante de Ciências Sociais e integrante do Fórum pela Democratização, frente que há um ano vem discutindo a instauração de uma comissão da verdade na USP.

Além da discussão no Conselho Universitário, o fórum organiza um ato para “denunciar o golpe” da reitoria, segundo Renan Quinalha. Além de membros da comunidade acadêmica, o ato contaria com a participação de membros da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo ‘Rubens Paiva’.

Segundo a assessoria de imprensa da reitoria, a comissão da verdade da USP não precisa passar pelo crivo do Conselho Universitário, embora nada impeça que se possa discutir a questão dentro do colegiado. De acordo com ela, a última reunião do conselho foi realizada no em 26 de março, e a  próxima ainda não tem data prevista.

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