Exploração

Fiscalização resgatou mais de 2,5 mil do trabalho infantil em 2023

Segundo o MTE, 89% dos casos são de trabalho infantil na construção civil, venda de bebidas alcoólicas, coleta de lixo, oficinas mecânicas, lava-jatos e comércio ambulante nas ruas, que são consideradas as piores formas

Arquivo EBC
Arquivo EBC
Atuação de crianças em lixões estão entre as piores formas de trabalho infantil, pois afetam sua saúde e desenvolvimento

São Paulo – Mais de 1.500 ações de fiscalização ao longo de 2023 retiraram 2.564 crianças e adolescentes de situação de exploração do trabalho infantil. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), desse total, 1.923 (75%) são meninos e 641, meninas (25%). Entre as unidades da federação, Mato Grosso do Sul liderou com 372 casos. Em seguida, vêm Minas Gerais (326) e São Paulo (203).

Ainda segundo os responsáveis pela fiscalização, a grande maioria (89%) das crianças e adolescentes foram encontrados em atividades incluídas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil. Isso inclui trabalho na construção civil, venda de bebidas alcoólicas, coleta de lixo, oficinas mecânicas, lava-jatos e comércio ambulante em logradouros públicos. São atividades “que acarretam graves riscos ocupacionais e repercussões à saúde das crianças e dos adolescentes”.‌

Aprendizagem profissional

“Adolescentes com idade a partir de 14 anos, muitas vezes, são encaminhados para a aprendizagem profissional, que assegura uma renda e a qualificação profissional em determinada atividade”, lembra o MTE. “A inspeção do trabalho faz o encaminhamento das crianças e dos adolescentes retirados do trabalho infantil, em geral, para o Conselho Tutelar e para a assistência social dos municípios para inclusão nas políticas disponíveis mais adequadas.‌”

A coordenadora-substituta do Combate ao Trabalho Infantil, Andrea Nascimento, fala em aumento das fiscalizações em 2024. “Queremos adotar diversas estratégias como a utilização de ferramentas técnicas e recursos tecnológicos que possibilitem aprimorar o planejamento das ações e melhorar os seus resultados com foco, principalmente, no combate às piores formas de trabalho infantil; a ampliação de articulações interinstitucionais e do diálogo social com entidades públicas e privadas.”

Resgates do trabalho infantil por UF em 2023:

  • Mato Grosso do Sul – 372
  • Minas Gerais – 326
  • São Paulo – 203
  • Ceará – 201
  • Rio Grande do Sul – 197
  • Espírito Santo – 196
  • Pernambuco – 139
  • Maranhão – 136
  • Bahia – 105
  • Roraima – 101
  • Rio de Janeiro – 70
  • Rio Grande do Norte – 49
  • Rondônia – 48
  • Paraná – 46
  • Mato Grosso, Pará, Santa Catarina e Sergipe – 43
  • Alagoas – 33
  • Goiás – 31
  • Amazonas – 29
  • Piauí – 23
  • Distrito Federal – 16
  • Amapá – 13
  • Tocantins – 11
  • Acre – 8
  • Paraíba – 6

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