Mais de seis meses

Famílias dos meninos desaparecidos em Belford Roxo cobram respostas da polícia

Triplo desaparecimento dura mais de seis meses.”Eu preciso saber o que foi feito com meus netos”, desabafa a avó de Lucas e Alexandre

TVT/Reprodução
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Em reunião com a Polícia Civil e outros representantes de órgãos públicos, mães e avós das crianças cobraram uma solução para o caso. Elas criticam falta de comunicação sobre as linhas de investigação

São Paulo – Familiares dos três meninos desaparecidos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ), se reuniram com a Polícia Civil na última quinta-feira (1º) e cobraram uma solução para o caso. Lucas da Silva, de 9 anos, Alexandre da Silva e Fernando Henrique Soares, de 11 anos, sumiram há mais de seis meses. As crianças foram vistas pela última vez em 27 de dezembro, quando deixaram o Complexo do Castelar para ir à feira do bairro Areia Branca, na região. 

A reunião ocorreu na Delegacia de Homicídios de Belford Roxo e contou também com a participação de representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio, que investiga a atuação do poder público na elucidação do desaparecimento de crianças no estado. As mães e as avós dos três meninos compareceram com um único desejo. “Eu espero uma resposta certa, preciso saber o que foi feito com meus netos. Eu preciso dos meus netos. Quero uma resposta, quero a verdade”, desabafou a avó de Lucas e Alexandre, Silvia Regina da Silva. 

Após atrasos e falhas na investigação, o Ministério Público do Rio encontrou em câmeras de segurança da região a última imagem das crianças antes do desaparecimento. A repórter Viviane Nascimento, do Seu Jornal, da TVT, conversou com a defensora do Núcleo de Direitos Humanos Gislaine Kepe. De acordo com ela, seis meses depois do sumiço, “não tivemos nenhuma notícia do paradeiro e de alguma linha de investigação que seja a principal”, comentou a defensora. 

A esperança das famílias

De acordo com a assistente social Paula Moreira, a Polícia Civil alega que denúncias falsas estão atrapalhando as investigações. Na reunião, a corporação afirmou que vem seguindo uma nova linha de apuração, mas em caráter sigiloso. O presidente da CPI, o deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL), defendeu que as investigações “estão muito mais avançadas”. E que a “nova linha” é “concreta e condizente com o que está acontecendo em torno desse caso. Acreditamos que no próximo mês vamos ter uma resposta clara e contundente do poder público”. 

Cerca de duas horas depois da reunião, a avó de Lucas e Alexandre ressaltou sua esperança. “A investigação continua e eu estou com muita fé que uma hora eles vão aparecer”. Em meio à dor, a mãe de Fernando, Tatiana Ribeiro, também destaca a esperança de encontrar as crianças. “Para mim eles estão vivos. Porque enquanto não vermos um corpo eu tenho a esperança de que eles estão vivos, com alguém, e que eles vão aparecer”.

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