Brasil profundo

Com quase 1,7 milhão, país vê aumento da população indígena: menos de 1% dos brasileiros

Mudança de metodologia explica aumento. Norte e Nordeste concentram 75% do total, e mais da metade fica na área da Amazônia Legal

Acervo IBGE (Montagem RBA)
Acervo IBGE (Montagem RBA)
Censo mostra que mais da metade (51,25%) dos indígenas (867,9 mil) vivia na região da Amazônia Legal (estados da região Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão). Apenas o Norte concentrava 44,48% do total

São Paulo – O Brasil tinha quase 1,7 milhão (1.693.535) de indígenas em 2022, segundo o Censo do IBGE. O número corresponde a 0,83% da população total. De acordo com o instituto, houve crescimento de 88,82% em relação a 2010, mas isso também se explica pela nova metodologia.

“Só com os dados por sexo, idade e etnia e os quesitos de mortalidade, fecundidade e migração será possível compreender melhor a dimensão demográfica do aumento do total de pessoas indígenas entre 2010 e 2022, nos diferentes recortes”, afirma a responsável pelo projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes. “Além disso, existe o fato de termos ampliado a pergunta ‘você se considera indígena?’ para fora das terras indígenas. Em 2010, vimos que 15,3% da população que respondeu dentro das Terras Indígenas que era indígena vieram por esse quesito de declaração”, acrescenta.

Amazônia Legal

Segundo os resultados do Censo divulgados nesta segunda-feira (7), mais da metade (51,25%) dos indígenas (867,9 mil) vivia na região da Amazônia Legal. A área inclui os estados da região Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão. Apenas o Norte concentrava 44,48% da população indígena (753.357). E 31,22% (528.800) estavam no Nordeste. Na sequência, as regiões Centro-Oeste (11,8% ou 199.912 pessoas indígenas), Sudeste (7,28% ou 123.369) e Sul (5,20% ou 88.097). 

Entre os estados, o Amazonas reunia 490,9 mil indígenas, enquanto a Bahia somava 229,1 mil. Juntos, 42,51% do total. Apenas Manaus tinha 71,7 mil indígenas. Em seguida, vinha São Gabriel da Cachoeira (AM), com 48,3 mil. A TI Yanomami (Amazonas e Roraima) era a de maior número de pessoas indígenas, com 27.152. Depois vinham Raposa Serra do Sol (RR), com 2.176, e Évare I (AM), com 20.177.

“Dos 72,4 milhões de domicílios particulares permanentes ocupados do Brasil, 630.041 tinham pelo menos um morador indígena, correspondendo a 0,87% desse universo total”, informa o IBGE. E 78,21% estavam localizados fora de Terras Indígenas.

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