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Bolsa Família: 83% dos lares beneficiados são chefiados por mulheres

Mais de 10 milhões de famílias são comandadas por mães solteiras

Divulgação/MDS
Divulgação/MDS
Entre beneficiários totais do Bolsa Família, 58,1% são mulheres

São Paulo – Dos 20,89 milhões de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família, 17,4 milhões (83,4%) são chefiadas por mulheres. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (20) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a pasta destaca o “papel fundamental” do programa no combate à pobreza e pela autonomia feminina no Brasil.

Nesse sentido, informa o MDS, a “família monoparental feminina com filho” é o tipo de arranjo mais comum entre os beneficiários do programa. Ou seja, quando a mulher responde exclusivamente pelos filhos, sem a presença de um cônjuge.

Isso acontece na ausência da figura paterna, seja em caso de morte ou de não reconhecimento da prole por parte do pai biológico. Assim, o Bolsa Família atende 10,6 milhões de núcleos familiares (51,03% do total) com essa configuração.

A monoparentalidade feminina também ocorre no caso de mulheres solteiras que decidiram adotar ou tiveram filhos utilizando técnica de inseminação artificial. Esse último caso, no entanto, deve ser residual entra as famílias beneficiárias do programa, dado o custo elevado desse tipo de tratamento. Além disso, entre os beneficiários totais do Bolsa Família – pais, mães ou responsáveis e seus respectivos filhos –, 31.933.700 são mulheres (58,1%).

O ministro Wellington Dias destaca que o Bolsa Família tem especial importância para as mulheres mais vulneráveis. “Temos um foco especial nas mulheres negras, indígenas, em situação de rua, ou seja, em quem mais precisa”, explicou. “As mulheres são protagonistas do Bolsa Família. A iniciativa, além de transferir renda, tem o objetivo de promover a inclusão socioeconômica”, observa.

Apoio a quem precisa

A pasta do Desenvolvimento e Assistência Social cita, por exemplo, a história de Daniela Ferreira Martins, 37 anos, moradora de Patos, na Paraíba. Desempregada, ela utiliza o Bolsa Família para sustentar os três filhos. Mãe solteira, ela complementa a renda do lar fazendo tranças de cabelo. Sua filha mais velha de , de 16 anos, é autista, faz tratamento na unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e recebe o Benefício de Prestação continuada (BPC).

“Sempre fui mãe e pai. Eu sempre fui o alicerce deles três. Nesse período, o Bolsa Família sempre me ajudou muito”, conta. Ela ainda teve sua casa quitada, após portaria do governo que isenta os beneficiários do Bolsa Família e do BPC das prestações de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Desde o ano passado, o novo Bolsa Família passou a pagar R$ 142 por integrante. Lares com quatro ou menos integrantes recebem ao menos R$ 600 está garantido. Além disso, o governo instituiu adicional de R$ 150 por criança com menos de 7 anos, e de R$ 50 para dependentes de 7 até 18 anos incompletos.