Pensador

Avenida da UFBA em Salvador recebe nome de Milton Santos. ‘Reparação histórica’

Geógrafo brasileiro e referência internacional, ele “substitui” o político paulista Adhemar de Barros

Jorge Maruta/USP Imagens
Jorge Maruta/USP Imagens
Geógrafo e pesquisador lecionou em várias universidades, no Brasil e no exterior, e lançou dezenas de livros

São Paulo – A Lei municipal 9.622, sancionada na segunda-feira (21) pela prefeitura de Salvador, deu o nome de Milton Santos a uma avenida no bairro de Ondina, onde fica o principal campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O geógrafo e pensador brasileiro, nascido naquele estado, substitui o do político paulista Adhemar de Barros. Referência intelectual brasileira e internacional, Milton Santos morreu em 2001, aos 75 anos.

A proposta de mudança, apresentada pelo vereador soteropolitano Augusto Vasconcelos (PCdoB), foi aprovada após ampla mobilização nas redes sociais – mas houve resistência de grupos conservadores. Para o vereador, trata-se de uma “reparação histórica”.

avenida milton santos
Avenida Milton Santos, em Ondina, onde está situado principal campus da UFBA (Secom/Salvador)

Exilado em 1964

Milton Santos lecionou na UFBA. Ela também foi professor titular do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Sua obra teve como preocupação central as consequências da urbanização em países subdesenvolvidos. Logo no início do golpe de 1964, foi preso pela ditadura. Exilado, foi dar aulas na França e no Canadá. Retornou ao Brasil em 1977. Entre as dezenas de livros publicados, aqui e no exterior, estão Por um Geografia nova (1978), A pobreza urbana (1979), A urbanização brasileira (1993) e Por uma outra globalização (2000). Milton Santos já deu nome a um Atlas Nacional do Brasil produzido pelo IBGE em 2010.

Entre 12 de março e 1º de junho, o Instituto Humanitas Unisinos (IHU) promove um ciclo de estudos sobre o pensador (“Milton Santon. Espaço, Tempo, Razão e Emoção”). O objetivo, segundo o IJU, é “estabelecer o diálogo e a análise dos desafios da sociedade contemporânea brasileira a partir de um de seus intérpretes mais fecundos”. O evento, também promovido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (RS), é aberto ao público.

Serão seis apresentações, começando no dia 16 do próximo mês, às 19h30, com a professora Maria Adélia de Souza, da Universidade de São Paulo (USP). A última, em 1º de junho, no mesmo horário, terá o professor Paulo Roberto Rodrigues Soares, da Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Confira aqui a programação.


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