Memória

Ato celebra homenagem a líder estudantil desaparecido na ditadura

Honestino Guimarães foi preso em 1973. Agora,uma ponte em Brasília que leva o nome do ditador Costa e Silva ganhará o nome do estudante

Brasiliários
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O processo de mudança do nome da ponte que homenageava ditador não foi fácil. O governador Ibaneis Rocha (MDB) chegou a vetar a proposta

São Paulo – Militantes do grupo Geração 68 e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB) realizam amanhã (23) um ato na capital do país. Os ativistas adesivarão a Ponte Costa e Silva, no Lago Sul. A via perderá o nome do ditador militar. Então, ela homenageará o líder estudantil desaparecido da ditadura civil militar (1968-1985) Honestino Guimarães.

O DCE da UnB leva o nome de Honestino. Agora, eles comemoram decisão da Câmara Legislativa do Distrito Federal que altera o nome da ponte. Contudo, o processo não foi fácil. O governador Ibaneis Rocha (MDB) chegou a vetar a mudança no nome. Entretanto, a Casa legislativa derrubou o veto. O projeto de alteração é do deputado distrital Leandro Grass (PV), que concorreu ao governo local em coalizão com o PT.

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“No dia 13/12 de 1968 foi decretado o famoso AI 5 pelo presidente Costa e Silva, cerceando direitos políticos e civis e fechando o Congresso Nacional. Hoje, neste mesmo dia, a Câmara Legislativa tira da ponte o nome de alguém que tem suas mãos sujas de sangue, responsável por dezenas de desaparecimentos na ditadura. O nome que vai entrar é o nome de alguém que lutou pela democracia e que até hoje não sabemos o seu paradeiro”, declarou Grass.

Dos 21 deputados distritais, foram favoráveis ao veto de Ibaneis Hermeto (MDB), Iolando (MDB), Robério Negreiros (PSD) e Roosevelt Vilela (PL).

O ato

Honestino foi preso em 1973, por agentes do governo do ditador Emílio Garrastazu Médici. Desde então permanece desaparecido. O líder estudantil foi importante na defesa de garantias individuais no Distrito Federal, se posicionando diversas vezes de forma contrária ao regime militar.

A concentração do ato dos estudantes está marcado para 10h, na Praça dos Orixás. Então, eles chamam todos os democratas e pedem que levem flores.


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