Assaltos envolvendo bancos fazem 27 mortes no primeiro semestre

Pesquisa divulgada pela Contraf mostra que principais vítimas da violência são os clientes das agências

Vinte e sete pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo agências bancárias do país no primeiro semestre deste ano, segundo pesquisa divulgada hoje (19). O levantamento foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa. Em relação ao ano passado, houve aumento de 17,4%.

O problema é maior em São Paulo (seis casos), no Rio de Janeiro e na Bahia (quatro em cada). Foram mortos neste período 15 clientes, cinco vigilantes, três pedestres, três policiais e um bancário.

“Entra ano, sai ano, e muitas pessoas continuam morrendo em assaltos envolvendo bancos, o que é inaceitável no setor mais lucrativo do país. Isso comprova o enorme descaso e a escassez de investimentos dos bancos na proteção da vida de trabalhadores e clientes, bem como revela a fragilidade da segurança pública diante da falta de mais policiais e viaturas nas ruas e de ações de inteligência para evitar ações criminosas”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

“Esses números são assustadores e reforçam a necessidade de atualizar a lei federal nº 7.102/83, que se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. Precisamos de um estatuto de segurança privada com medidas eficazes e equipamentos adequados de prevenção para garantir a proteção da vida, eliminar riscos e oferecer segurança para trabalhadores e clientes”, salienta o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.

O levantamento aponta que o crime de “saidinha de banco” permanece sendo o que mais causa mortes. No primeiro semestre ocorreram 14 casos fatais. No mesmo período de 2011 foram verificados 16 assassinatos. 

“Esse crime começa dentro dos bancos e, para combatê-lo, é preciso evitar a visualização dos saques de clientes nos bancos por olheiros, através de medidas como a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, e de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos”, defende Cordeiro. “Proibir o uso do celular nos bancos é medida ingênua, inócua e ineficaz”, alerta.

Outra medida é a isenção de tarifas de transferência de recursos (DOC, TED, ordens de pagamento), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça. “Muitos clientes sacam valores expressivos para não pagar tarifas e acabam virando alvos de assaltantes”, ressalta o presidente da Contraf-CUT.

Clique aqui para ver a pesquisa completa.

Com informações da Contraf

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