O arquivo pessoal do jornalista Aloysio Biondi será doado ao Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio (Cedae), da Universidade de Campinas (Unicamp). A cerimônia que oficializa a transferência acontece nesta sexta-feira (18). O processo faz parte do projeto O Brasil de Aloysio Biondi e permitirá consulta por parte de pesquisadores e o público em geral.

Durante os 44 anos de carreira de Biondi, foram mais de 2 mil artigos e inúmeros recortes de jornal. Na década de 1990, diante dos processos de privatização no Brasil, o jornalista foi uma das vozes mais atuantes na denúncia dos prejuízos causados ao país pela onda desestatizante.

“A doação para a Unicamp cumpre exemplarmente com o objetivo de tornar público o acervo do jornalista”, avalia Antonio Biondi, coordenador do projeto e filho de Aloysio Biondi. “A manutenção do arquivo na universidade consolida a contribuição de Aloysio e de sua obra para a memória e o futuro do jornalismo brasileiro e de nossa sociedade”, explica.

Jefferson Cano, coordenador, explica que o material deve passar por um processamento técnico de catalogação. Mesmo durante essa etapa, as consultas no local já serão permitidas. Ele explica que pode haver restrições para a reprodução de alguns itens, analisados caso a caso.

O Cedae é ligado ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), cuja atuação acadêmica principal está nas áreas de literatura e linguística. “O acervo reforça outra frente de pesquisas relacionadas a jornalismo”, comemora.

O acervo consiste em originais, material publicado, recortes, agendas etc. O acervo compreende também livros, revistas, recortes de jornal, relatórios, censos e outras fontes de informação consultadas. Muitos itens contêm anotações de Biondi e dão precisas indicações sobre seu método de trabalho.

O projeto O Brasil de Aloysio Biondi foi idealizado pela família e amigos do jornalista, morto em 2000, para preservar a memória e a produção. A iniciativa mantém ainda uma página na internet.