Mobilização

MST pressiona governo para evitar despejo do Centro de Formação Paulo Freire, em Pernambuco

Após serem surpreendidos com pedido de reintegração de posse do Incra de Bolsonaro, movimento instala acampamento e pede providências do Estado

Arquivo MST
Arquivo MST
Criado há mais de 20 anos, Centro de Formação é responsável por diversos projetos educacionais em parcerias com universidades e órgãos governamentais

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (9), a instalação de um acampamento em frente ao Centro de Formação Paulo Freire localizado na cidade de Caruaru, em Pernambuco, para pressionar o governo estadual contra a desapropriação do instituto de ensino que, na última semana, foi surpreendido com o pedido de reintegração de posse movido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do governo de Jair Bolsonaro.

Desde que o anúncio foi feito, o MST iniciou um diálogo com a gestão estadual, que já teria manifestado o compromisso em evitar a desapropriação. Com o acampamento, o movimento objetiva pressionar para que a situação seja logo resolvida. “Estamos articulando a sociedade, a população e a nossa base para que possamos ir contra essa insanidade de quem está no governo federal e quer desalojar uma área que pertence ao conjunto, que é uma área de educação popular”, destaca o integrante da direção nacional do MST Jaime Amorim em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Iniciativa do movimento, o centro, que faz parte do assentamento Normandia, foi criado há mais de 20 anos com aval da própria equipe técnica do Incra que orientou para uma utilização do espaço de forma coletiva, contribuindo para a capacitação e formação dos assentados do estado. Hoje, o Centro de Formação Paulo Freire tem diversas parcerias na área de educação com a prefeitura de Caruaru, com turmas de ensino fundamental, além de parcerias com o governo estadual e com diversas universidades que agora estão ameaçadas com o pedido de reintegração acatado por um juiz da 24ª Vara Federal do município.

“Buscamos, tanto do ponto de vista prático como teórico, a pesquisa e as condições técnicas para a gente avançar na agroecologia e no centro de formação que cumpriu e cumpre um serviço importante para o desenvolvimento das áreas de reforma agrária no estado e em especial no Nordeste”. afirma Amorim.

Além da mobilização local, o MST vem recebendo diversas manifestações de apoio à permanência do Centro de Formação nas estruturas atuais, como o senador Humberto Costa (PT-PE), líder na sigla no Legislativo, que repudiou a determinação judicial de reintegração de posse, com autorização do uso da força policial, e entrou com um requerimento para que o Incra explique a motivação para o pedido de reintegração, ainda desconhecida.

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