Sem-terra são despejados de acampamento em Santa Catarina
MST alega que área pública pertence ao Incra e foi usurpada por uma empresa de sementes que reivindica agora a possa da propriedade
Publicado 29/11/2017 - 15h49
São Paulo – Cerca de 180 famílias de agricultores sem-terra do acampamento Marcelino Chiarello, que fica nos municípios de Xanxerê e Faxinal dos Guedes, interior de Santa Catarina, estão sendo obrigadas a abandonar a área nesta quarta-feira (29). Forte aparato policial, com tropa de choque, cavalaria e helicóptero, foi mobilizado para cumprimento de decisão liminar de reintegração de posse.
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), trata-se de uma área pública, que está em nome do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e da qual a empresa Sementes Prezzotto havia tomado posse. A região foi ocupada pelos trabalhadores há cerca de um ano e meio. Agora, decisão da comarca de Chapecó decidiu restituir a propriedade que possui mais de mil hectares à família Prezzotto.
Cerca de 200 hectares estão plantados com milho, feijão, hortaliças, além da criação de animais, que servem à subsistência das famílias, que estão sendo obrigadas a desmontar os barracos deixando para trás parte da produção. As crianças, que estudam em uma escola da região, correm o risco de perder o ano letivo. “É tirar nossa comida. Como vão alimentar nosso filhos? E nossos produtos e nossas plantas? E os meus animais?”, reclamam os moradores.
Os sem-terra contestam ainda a decisão pela desocupação, pois, segundo eles, uma audiência estaria marcada, em Brasília, com representantes do Incra no próximo dia 6.
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