Brasil perde economicamente com mudanças climáticas
Professor de Geografia da USP Wagner Ribeiro fala sobre ranking em que o país aparece como o 18º, de 181, entre aqueles que mais perdem dinheiro em decorrência das alterações do clima
Publicado 05/12/2018 - 14h29
Um desses fatores, segundo o professor, são efeitos extremos sobre período e tempo de chuvas ou de secas
São Paulo – Em um ranking mundial do impacto das mudanças climáticas sobre a economia, o Brasil aparece como o 18º país que mais vem perdendo dinheiro em decorrência dos desastres climáticos. O dado é de um levantamento feito com base na análise de 181 países, divulgado nessa terça-feira (4) durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP24), que teve início no último dia 2 e vai até 14 de dezembro, na Polônia.
À jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, o professor do departamento de Geografia e do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental da USP, Wagner Ribeiro, explicou que o país acaba sendo vulnerável devido a uma “fonte tripla de problemas”. As alterações provocam a elevação do nível do mar, afetando as cidades localizadas nas costas litorâneas; causam mudanças no padrão de chuva, afetando o setor agrícola, e aumentam o potencial de efeitos extremos com chuvas ou secas intensas.
“Esses efeitos todos levam o Brasil a essa incômoda posição”, lamenta Ribeiro, acrescentando a necessidade de o país elaborar planos de contingência e adaptação para pensar ações e se prevenir diante desse cenário, que também faz vítimas, além da economia. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o Brasil teve um prejuízo de US$ 375 bilhões e 11.500 pessoas morreram, em 2017, por conta das mudanças climáticas.