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Mãe de adolescente assassinado pela intervenção federal no Rio pede justiça

Após 22 dias da tragédia e na mesma semana em que a Câmara dos Deputados aprova medidas em prol da intervenção federal, Bruna da Silva luta por responsabilização do Estado pela morte do filho

TVT/Reprodução

“Quem assassinou o meu filho foi o Estado do Rio de Janeiro”, afirma Bruna da Silva

São Paulo – A mãe do adolescente Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, assassinado no mês passado no Rio de Janeiro, foi a Brasília pedir justiça e punição aos culpados pela morte do filho. Em tom de desabafo, Bruna da Silva concedeu um forte depoimento na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira (11), e relembrou momentos da tragédia.

Símbolos da injustiça e agora de sua luta, Bruna mantém em suas mãos a camiseta do uniforme escolar, manchada de sangue, e a mochila que Marcos usava quando foi alvejado por um tiro disparado de dentro de um blindado da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) que estava parado no meio da rua de sua casa, no Complexo da Maré. 

“Mãe, foi um blindado que me deu um tiro… ele não me viu com a roupa da escola?” A declaração do adolescente repercutida por Bruna é acompanhada de imagens que a mãe afirma ter, com fotos do blindado da PMERJ. “Quero justiça, tem que se fazer justiça. Eu vim aqui em Brasília, na Comissão dos Direitos Humanos pedir ajuda a eles, para que fiquem em cima do caso. Porque quem assassinou o meu filho foi o estado do Rio de Janeiro”, explicou Bruna ao repórter Uélson Kalinovski, do Seu Jornal, da TVT.

Para a mãe de Marcos, embora o governo estadual não consiga mais controlar a violência, a solução para combatê-la não passa pela intervenção federal, que no próximo dia (16) completa cinco meses em vigência. “Essa intervenção vem pra matar, roubar e destruir a nossa paciência, o nosso direito de ir e vir. Foi essa intervenção que devolveu meu filho assim, essa maldita intervenção”, disse Bruna levantando a camiseta do filho.

Na terça-feira (11), o Plenário aprovou duas medidas de sustentação para a intervenção no Rio. A MP 826/18 que cria o cargo de interventor dentro da estrutura do Poder Executivo do estado, e a MP 825/18 que concede um crédito de R$ 1,2 bilhão para custear as ações de segurança pública. 

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