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Levantamento revela intolerância e preconceito dos brasileiros nas redes sociais

Plataforma Comunica que Muda mostra que ódio e discriminação estão em 90% das menções sobre política, racismo e homofobia

reprodução/TVT

Em discussões sobre política, racismo e homofobia, predomina a intolerância

São Paulo – Levantamento da plataforma Comunica que Muda, realizado durante os meses de abril, maio e junho deste ano, e divulgado no início do mês, que monitorou 400 mil menções nas redes sociais sobre assuntos polêmicos, mostra que o brasileiro tem um discurso cheio de preconceito e discriminação quando discute pela internet. Essa intolerância aparece em todos os temas polêmicos como racismo, homofobia e principalmente política.

Entre os dez temas mais discutidos analisados pela plataforma, em sete deles mais de 90% das publicações eram negativas e expressavam preconceito ou discriminação. Sobre política, tema em que a intolerância aparece de maneira mais clara, as manifestações negativas alcançavam 97,4% das abordagens. O racismo vem logo em seguida, com 97%.

O estudo indica, também, que nas discussões sobre gênero, 88% das referências são negativas, como uso de expressões como “malcomida”, “feminazi” e “vagabunda”. A homofobia aparece em quase 94% das mensagens analisadas.

Para Caio Túlio Costa, coordenador da pesquisa, as redes sociais amplificam a intolerância do brasileiro: “São discursos que existem na sociedade brasileira, que veio mostrar que o brasileiro não é tão cordial assim como se apregoa. Quando vai para a internet, é jogo duro. As pessoas são muito intolerantes”, afirmou, em entrevista à repórter Caroline Monteiro, para o Seu Jornal, da TVT.

“Antes as pessoas tinham receio de expressar homofobia, de expressar o machismo, o racismo. Hoje, não. As pessoas têm se expressado de forma aberta, criado grupos que fazem isso”, ressalta Walmir Siqueira, do coletivo LGBT da CUT-SP.

O anonimato dos meios eletrônicos colaborariam para a intolerância. “Isso mostra que as pessoas são muito refratárias à questão da discussão. Elas não estão abertas ao diálogo”, comenta Caio Túlio.