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Famílias entregam processos contra Ustra a comissões nacional e estadual da Verdade

Coronel reformado comando um dos maiores centros de repressão na ditadura entre 1970 e 1974,quando teriam ocorrido 502 casos de torturas e mais de 40 assassinatos

wilson dias/abr

O coronel reformado Brilhante Ustra durante depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em maio deste ano

São Paulo – As famílias Teles e Merlino entregam nesta segunda-feira (19) às comissões da Verdade Nacional e do Estado de São Paulo os processos movidos contra o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra. O evento ocorrerá às 14h no auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Ustra foi comandante do DOI-Codi, um dos maiores centros de repressão da ditadura militar, no período de setembro de 1970 a janeiro de 1974, em que foram relatados 502 casos de tortura e mais de 40 assassinatos.

“O Ustra, na época major, me torturou, torturou o meu companheiro César e minha irmã Crimeia, grávida de 7 meses”, relatou Amélia Teles, que teve também os dois filhos sequestrados.

Em agosto de 2012, Ustra foi condenado torturador em segunda instância pela justiça paulista na ação movida pela família Teles. Na ação por danos morais movida pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, o coronel Carlos Alberto Bilhante Ustra foi condenado, em primeira instância, a indenizar a família pela morte do jornalista, ocorrida em julho de 1971.

Na sentença do caso Merlino, a juíza Cláudia de Lima Menge reconheceu “a elevada brutalidade dos espancamentos a que foi submetido o companheiro e irmão das autoras, que o levaram a morte, ora sob comando, ora sob atuação direta” de Ustra, na Oban ou no Doi-Codi de São Paulo, os quais o coronel comandou.

Com informações da Comissão Nacional da Verdade.