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‘Protestos contra a Globo deveriam ser diários’, diz cientista político

Francisco Fonseca, da Fundação Getúlio Vargas, afirmou à Rádio Brasil Atual que a concentração dos meios de comunicação atenta contra a democracia

CC/Adilson Filho/Conversa Afiada

Protestos contra Rede Globo e monopólio da mídia: debate urgente, que governo ainda se nega a abrir

São Paulo – O poder acumulado pela propriedade cruzada sobre meios de comunicação, como canais de tv, rádios, jornais e portais, além do “histórico de golpismos” já são motivos suficientes para provocar protestos contra a Rede Globo “diariamente”, avalia o cientista político da Fundação Getúlio Vargas Francisco Fonseca.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã de hoje (11), Dia Nacional de Lutas organizado pelas centrais sindicais, Fonseca afirmou que a concentração dos meios de comunicação atenta contra a democracia. “Aqui são 11 famílias que dominam os meios de comunicação no Brasil. Elas são oligopólio e oligarquia. Conseguem ter essa dupla caracterização. Não há democracia com meios de comunicação assim extremamente concentrados.”

Sobre o protesto previsto para a tarde de hoje, a partir das 17h, na sede paulistana da Globo, o analista disse que o Brasil “está atrasado”. “A revisão da renovação das concessões de rádio e TV foi totalmente deixada de lado pelo governo federal, mas é inaceitável que o Estado brasileiro continue financiando esses oligopólios. E a Globo adentra a democracia, bajulando quem está no poder quando interessa ou tentando dar golpes quando é contrariada. Ela nasceu da promiscuidade com o poder e mantém um histórico de golpismo, aliada inclusive a serviço militar.”

Fonseca disse que o que chama de timidez do governo Dilma Rousseff para enfrentar o tema da democratização da mídia tem de acabar. “A voz das ruas, dos movimentos sociais, precisa se fazer ouvir e, por isso, as manifestações em frente à Globo e a outros monipólios de comunicação são absolutamente necessários. É possível enfrentar esse monopólio. A Argentina mostrou isso em nome da democracia.”