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Haddad vai levar a Dilma proposta que pode reduzir a passagem

Prefeito paulistano defende a municipalização da Cide, que incide sobre combustíveis, para subsidiar o transporte público e baratear a passagem

ABr

Segundo Haddad, zerar a tarifa custaria R$ 6 bilhões e o Bilhete Único Mensal “vai fazer a tarifa unitária baixar”

São Paulo – Depois dos protestos realizados em São Paulo nos últimos dois dias pelo Movimento Passe Livre em protesto contra o aumento das passagens de ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,20 nesta semana, o prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) disse com exclusividade hoje (8) ao jornal O Estado de São Paulo que defende a municipalização da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre combustíveis, para subsidiar o transporte público e baratear a passagem. Segundo as declarações, Haddad finaliza estudos para pedir a mudança à presidenta Dilma Rousseff.

O prefeito disse que como candidato não se comprometeu em congelar a tarifa, “pela inviabilidade disso nos moldes em que o sistema é oferecido”. Afirmou que o compromisso assumido foi o de que não reajustaria a tarifa acima da inflação acumulada desde o reajuste anterior, em janeiro de 2011. O percentual aplicado pela gestão atual corresponde a metade da inflação.

Questionado sobre quando São Paulo reduzirá a tarifa por conta da desoneração de cota patronal, PIS e Cofins definida por recente medida provisória, o prefeito disse que a sua gestão fez mais do que outras cidades, que acabam de reduzir as tarifas após as terem aumentado. “Nós seguramos o aumento até a edição da MP”, disse.

Haddad afirmou que é favorável à municipalização do imposto de combustíveis. “Tirante aí os atos de violência completamente injustificáveis, eu penso que esse fenômeno relativamente novo tem um fundamento interessante, que dialoga com a questão da mobilidade urbana, da emissão de carbono, com a questão social. Apesar de estar dialogando com uma agenda importante, o movimento está defasado no que diz respeito ao debate público, porque os prefeitos já estão fazendo uma proposta concreta de subsídio à tarifa de ônibus a partir da municipalização da Cide, que é o imposto sobre gasolina. Essa proposta é mais avançada do que tudo que se discutiu” disse ao Estadão.

O prefeito disse que o passe livre é um debate “que vale a pena ser feito de maneira civilizada”. Porém, afirmou que o que está em discussão é a diminuição do peso da tarifa no custo de vida. Zerar a tarifa, segundo o prefeito petista, custaria R$ 6 bilhões. “E qual seria  fonte de financiamento”, pergunta?

Haddad contou que está preparando o Bilhete Único mensal, “que vai fazer a tarifa unitária baixar”. “Se você levar em conta que as pessoas vão usar mais o transporte coletivo, quando elas dividirem pelo número de viagens que fizeram vão perceber que vão pagar menos.” Ele acredita que em novembro será possível adotar o sistema.

Sobre a possibilidade de o metrô aderir ao Bilhete Único Mensal, observou que é uma decisão que compete ao governo do Estado. “Seria uma grande notícia, porque é uma maneira de baratear a tarifa unitária.”