Luta social

Ao menos seis capitais assistem a manifestações nesta quinta-feira

Protestos continuam mesmo após redução da tarifa do transporte público em algumas cidades do país: mobilização deve definir cada vez mais suas reivindicações

Ninja/CC

Protesto na estrada do M’Boi Mirim ontem (19), em São Paulo, horas antes da revogação do aumento

São Paulo – Ao menos seis capitais brasileiras têm manifestações marcadas para a tarde de hoje (20): São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Recife, Manaus e Brasília. De acordo com a Agência Brasil, outros 80 municípios do país devem assistir a protestos. As passeatas terão continuidade apesar do anúncio de redução nas tarifas de transporte público em várias cidades brasileiras. O reajuste das passagens foi o estopim.

De acordo com a organização Tarifa Zero, as prefeituras que já anunciaram a diminuição das tarifas foram São Bernardo do Campo, Mauá, Natal, Campo Grande, Porto Alegre, João Pessoa, Campinas, Cuiabá, Manaus, Paranaguá, Foz do Iguaçu, Vinhedo, Valinhos, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo e Maricá. São Paulo e Rio de Janeiro revogaram o aumento no início da noite de ontem. A prefeitura de Curitiba confirmou a redução na tarde de hoje. A medida também está sendo estudada em outras cidades, como Belo Horizonte.

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A pauta de reivindicações é ampla e inclui, também, melhorias em diversas áreas – como saúde, educação –, transparência dos gastos públicos, superfaturamento nas obras da Copa, violações de direitos humanos e combate à corrupção. Segundo especialistas, apesar das reivindicações heterogêneas, os protestos dão recados claros à classe política e ao poder público.

Na manhã de hoje, o Movimento Passe Livre (MPL), que encabeça as mobilizações em São Paulo, ofereceu uma entrevista coletiva de imprensa na capital paulista. Na ocasião, os integrantes do grupo, formado basicamente por jovens, condenaram o “oportunismo conservador” de alguns setores da sociedade que tentam se apropriar as manifestações para impor sua própria agenda política.

“Somos anticapitalistas, não temos vínculo partidário, com ONGs ou financiamentos do Estado. Não temos, por exemplo, a PEC 37 como bandeira”, afirmou a militante Mayara Vivian. “Somos parceiros dos movimentos sem-terra e sem-teto, acreditamos na reforma agrária e na reforma urbana, por exemplo. E reafirmamos que a função do transporte público não é dar lucro para empresário”, completou Mayara.

Em São Paulo, um ato está programado para as 17h, na Praça do Ciclista (no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua Consolação), na zona central da cidade. No Rio de Janeiro, os protestos ocorrem na Avenida Rio Branco, também no centro, a partir das 16h. A concentração será na Candelária e a marcha está prevista para ir até a Cinelândia. No Recife, manifestantes estão concentrados na Praça do Derby, área central da cidade, desde 16h. Em Manaus, a mobilização terá início na Praça da Matriz, no centro, a partir das 17h. Em Goiânia, protesto desde 16h na Praça dos Bandeirantes.

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