Reitoria da USP é ocupada por manifestantes

Após Cruesp reduzir participação de estudantes na reunião que teria com o Fórum das Seis, manifestantes ocuparam a reitoria por algumas horas. Em nota, Cruesp dá outra explicação

A reitoria da Universidade de São Paulo (USP) foi ocupada por cerca de 100 manifestantes na tarde desta segunda-feira (25), após cancelamento da reunião entre o Fórum das Seis (que reúne entidades representativas de funcionários, estudantes e professores da USP, Unesp e Unicamp) e o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) marcada para acontecer às 14h40.

Segundo Aníbal Ribeiro Cavali, diretor do Sindicato dos Professores da USP (Sintusp), o Cruesp limitou a participação dos estudantes na reunião, o que gerou protestos e a ocupação.

“Cada entidade participa da negociação com dois representantes, aí no caso os estudantes teriam direito a seis representantes, e a Suely Vilela, que é presidente do Cruesp e também reitora da USP, reduziu a participação para um representante, ou seja, pela metade”, disse à Rede Brasil Atual.

Outro motivo da ocupação pelos manifestantes estaria no fato de Claudionor Brandão (diretor do Sintusp demitido pela reitoria em dezembro de 2008) não poder entrar na reunião, mesmo sendo o representante legal dos funcionários da USP, eleito para o triênio 2008-2010.

Segundo Aníbal, cerca de 1.500 pessoas manifestaram-se na frente da reitoria durante a tarde e como não houve negociação “o pessoal entrou pela porta do fundo”. Por algumas horas, cerca de 100 manifestantes ocuparam o prédio.

O Cruesp divulgou uma nota à imprensa às 17h43.

“O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) lamenta que os representantes do Fórum das Seis tenham se recusado a participar da reunião agendada para o dia de hoje, 25 de maio, em que seriam tratados temas relacionados à pauta unificada dos servidores docentes e não-docentes da USP, Unesp e Unicamp. Ademais, lamenta a invasão ocorrida no prédio da Reitoria da USP, em que houve dano ao patrimônio público, além de suscitar tensão entre os funcionários que ali trabalham. Os representantes das entidades sindicais das universidades priorizaram a violência no lugar do diálogo, desconsiderando princípios básicos da democracia e desvirtuando a principal finalidade para qual foi agendada a reunião.”

Até as 18h30 desta segunda-feira, os cerca de 600 manifestantes presentes no local deliberavam sobre a legitimidade da ocupação e o prédio da reitoria já havia sido desocupado.