Yeda é vaiada no primeiro dia de Fórum em Porto Alegre

Stédile, do MST, afirma que governo tucano é o mais fascista no Rio Grande do Sul desde a redemocratização

Vaias à governadora Yeda Crusius e aplausos a seus críticos marcaram a primeira manhã do Fórum Social Mundial em Porto Alegre. A política tucana, alvo de inúmeras denúncias de corrupção ao longo de 2009, não compareceu à abertura dos trabalhos, na Usina do Gasômetro.

Enviou apenas uma carta, lida pelo representante do comitê organizador, Sérgio Haddad, na qual fala da liberdade dos movimentos sociais no estado. A saudação de Yeda Crusius pontuou, em certo momento de sinceridade, que acolher os representantes de movimentos sociais não significa concordar com suas teses e ideias. Ao fim da leitura, a plateia soltou vaias contra a governadora.

Os maiores aplausos da manhã foram para o ex-governador Olívio Dutra (PT). Discursando “em casa”, Dutra fez um balanço da conjuntura gaúcha quando nasceu o Fórum, entre os anos 2000 e 2001 – a primeira edição foi realizada em Porto Alegre. Ele não fez críticas diretas à governadora, embora tenha pontuado que o Estado não deve servir para o favor pessoal e o enriquecimento ilícito – Yeda Crusius é acusada de compra de casas usando dinheiro público.

João Pedro Stédile, do MST, aproveitou o momento de reflexão inicial sobre o Fórum para pontuar que é preciso promover avanços e que não se pode acreditar que o neoliberalismo esteja derrotado. “A maioria dos estados continua governada pela direita. Aqui no Rio Grande do Sul mesmo, depois da redemocratização, nunca tínhamos tido um governo tão fascista quanto o de Yeda Crusius”, afirmou, sob aplausos.