Por 22 anos, Ida Dalser lutou para conseguir de Benito Mussolini, Il Duce (o lider, em italiano), o reconhecimento de que fora sua primeira mulher, com quem teve Benito Albino Mussolini, seu primogênito. Vincere conta a história de amor entre Ida e o jovem socialista Bendito Mussolini no começo de carreira, professor em Trento, militante do Partido Socialista, editor de jornais panfletários e ardoroso militante anticlerical. Ida se encanta e vive uma grande paixão em meio à reuniões, debates e manifestações,  o envolvimento dos dois é tão forte que ela vende seus bens para que ele pudesse lançar seu novo jornal,  Il Popolo d’Itália (O Povo).

Em 1915 ela engravida e dá à luz a um menino, que é reconhecido e depois renegado pelo pai. Mussolini vai à guerra contra o império austro-húngaro, volta ferido e casado com outra, o que desencadeia a luta de Ida. Perseguida, internada em hospitais psiquiátricos, perde a guarda do filho e a partir dai, o filme retrada sua batalha pessoal e a evolução do domínio do partido fascista (feixes de combate) na Itália.

O filme é escuro, as cenas abusam de enquadramentos fechados, o namoro dos dois é exuberantemente sensual, a trilha musical realça o drama épico e a evolução da história deixa a platéia silenciosa. A edição mistura cenas de atores com fotos de jornais e filmes da época, mais cenas de Milão, Turin e Trento. A Europa do primeiro quarto do século XX é revisitada. Ida é a Itália que será seduzida por Mussolini. A mulher, a mãe e a pátria fascista caminham em paralelo.

O papel social do cinema mudo naquele período tem enorme destaque e é genial a mistura com o filme O Garoto, de Chaplin. Quando Albino é adulto, sai o ator e são usadas cenas do próprio Duce. Quando Ida fraqueja, uma montagem coloca a voz de Hitler na boca de Mussolini denunciando sua submissão ao nazista alemão. O filme é recheado de pontos de reflexão e as informações finais em letreiros do destino de cada um foram alinhadas meticulosamente. O filme Vincere preenche um buraco na história e torna vitoriosa a batalha de Ida e Albino, agora reconhecidos pelo público.