Diário, sonhei um sonho maluco!

Eu tinha barba e cabelos brancos, usava um vestidão esquisito e subia numa montanha. Aí, quando cheguei lá em cima, peguei uma caneta Bic que soltava raios em vez de tinta e escrevi 10 mandamentos em duas pedras.

Mas eles ficaram um pouco diferentes dos originais. Assim, ó:

I – Em vez de “Não terás outros deuses”, escrevi “Terás todas as religiões que puder, até maçom”.

II – No lugar de “Guardarás o sétimo dia”, botei “No sétimo dia farás motociatas”.

III – O “Honrarás teu pai e tua mãe” virou “Esconderás os crimes de teus filhos”.

IV – Troquei “Não usarás em vão o nome do Senhor” por “Usarás o nome do senhor como cabo eleitoral todo santo dia”.

V – O “Não matarás” virou “Farás campanha contra máscara e vacina, e assim mandarás uma centenas de milhares para o cemitério”.

VI – O “Não cultuarás falsos ídolos” passou a ser “Dirás que um torturador é teu herói”.

VII – O “Não furtarás” foi trocado por “Farás o orçamento secreto para subornar teus aliados, colocarás pastores para cobrar propina no MEC, darás um jeito para a Engefort ganhar um monte de licitações, etc…”. Coloquei o “etecetera” porque senão ia acabar o espaço na pedra.

VIII – O “Não darás falso testemunho” virou “Decretarás cem anos de sigilo sobre qualquer coisa que te incrimine”.

IX – “Não cobiçarás as coisas alheias” passou para “Ficarás com 90% dos salários de teus funcionários fantasmas, que serão parentes de tua mulher”.

X – E o último mandamento, que era aquela história de não cobiçar a mulher do próximo, troquei por “Não comerás a mulher do próximo, mas, se ela for índia e cozida com bananas, tudo bem”.

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O melhor do sonho, Diário, foi que, depois de escrever esses dez mandamentos com a minha Bic de raios, eu desci até a multidão que me esperava na base da montanha, li tudo para eles e eles gritaram: “Mito, mito, mito!”.

O que eu posso fazer, Diário? Eu já nasci Messias, kkk!

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